Renault revê planos e terá novos carros a combustão junto aos elétricos
As quedas nas vendas de elétricos, principalmente na Europa, já têm feito algumas montadoras repensarem sobre linhas totalmente elétricas
A desaceleração nas vendas de carros elétricos, especialmente na Europa, já tem afetado econômica e estrategicamente as montadoras e seus fornecedores mundo afora. Depois da Mercedes-Benz, agora foi a vez da Renault anunciar uma revisão nos planos envolvendo a eletrificação de sua linha.
Em entrevista concedida ao site Automotive News Europe, durante o Salão de Genebra, o CEO da Renault, Fabrice Cambolive, disse que a marca não abandonará os motores a combustão e que, a partir de agora, todos os segmentos terão um modelo a combustão e um elétrico equivalentes. Como exemplo, a categoria de entrada da marca na Europa terá, lado a lado, o Renault 5 (elétrico) e o Clio (combustão).
A declaração vai contra o que foi dito por Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, em 2022, que previu que a linha europeia da Renault seria totalmente elétrica até 2030. Na época, ele também ponderou dizendo que, apesar da possibilidade de realizar os planos, isso dependeria das condições do mercado nos próximos anos.
Sua ponderação foi bem colocada e, agora, menos de dois anos depois, a marca já estuda uma nova rota em uma rápida e cuidadosa reação. “Para mim, a questão não é [passar a ter apenas elétricos] em 2030 – seguiremos as tendências com duas ofertas muito competitivas na nossa linha, em ambas as pernas”, disse Cambolive.
Paralelo a isso, a Renault segue com a formação de uma joint venture (aliança) com a chinesa Geely, atual dona da Volvo, para que as empresas possam desenvolver juntas novos motores a combustão e híbridos. Desta parceria sairão motores para Volvo, Proton, Nissan e Mitsubishi. Também estarão abertas negociações para fornecer os motores para terceiros.