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Quanto custa ter energia solar em casa para carregar carros elétricos?

Segunda maior matriz energética do país, a energia solar custa caro, mas vale a economia, especialmente para quem tem um carro elétrico

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 jun 2024, 07h00
carro elétrico painel solar
 (Divulgação/Renault)
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A expansão da geração elétrica no Brasil bateu recorde em 2023, e uma das fontes responsáveis por isso foi a solar, que atualmente é a segunda maior matriz energética do país – atrás apenas da hídrica.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em fevereiro de 2024 a energia solar já acumulava uma potência instalada de 39.857 MW (megawatts), ou seja, 17,5% entre todas as matrizes.

Dos 2.448.209 sistemas solares instalados pelo país no mesmo período, 78,7% estavam em residências, enquanto 10,7% estavam em comércios e serviços, e apenas 1,6%, na indústria. Da potência instalada, 99% são para microgeração [até 75 kW (quilowatt)] e minigeração (entre 75 kW e 5 MW).

Ou seja, a geração de energia solar tem mostrado força entre pequenos produtores, como pessoas físicas que buscam por economia no final do mês. Porém, antes de mais nada, é preciso entender que se trata de um investimento de longo prazo, ou seja, o retorno é demorado. Mas pode ficar mais interessante caso você tenha um carro elétrico na garagem.

Como funcionam os painéis solares?

Os módulos fotovoltaicos (popularmente conhecidos como placas solares) devem ser instalados em locais onde a incidência direta da luz do Sol seja a maior possível, sem obstrução por sombras, observando ainda o movimento do Sol, para que as placas aproveitem o máximo de luz.

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Com elas instaladas, a luz é captada e encaminhada ao inversor solar, um equipamento que transformará a energia produzida, que é do tipo corrente contínua (DC), em corrente alternada (AC), apropriada para o consumo. É esse mesmo aparelho que garantirá mais segurança ao sistema elétrico e apresentará informações sobre a geração de energia. Feita a transformação, a energia, agora como AC, vai para o quadro de força do local e aí, sim, passa a ser distribuída para o imóvel.

O quadro de força externo deve ser substituído por um bidirecional, que envia e recebe energia da rede externa, próprio para a operação. Essa etapa é feita pela concessionária de energia local, a partir do pedido de homologação (obrigatória) feito pelo proprietário do imóvel ou pela empresa responsável pela instalação da nova fonte energética. O processo, da compra ao uso, pode levar meses.

Quanto custa para ter energia solar em casa?

Empresas do setor costumam fazer financiamentos proporcionais ao gasto mensal do cliente, ou seja, fracionar o valor total em parcelas cujo valor seja próximo ao da conta de energia, como uma substituição dos gastos. Em simulações, considerando uma conta mensal de R$ 600, empresas apresentam um plano de aproximadamente 70 parcelas de R$ 600.

O valor médio total, que inclui todos os equipamentos e a instalação, é de R$ 19.000. Ou seja, uma economia real só virá após mais de cinco anos e meio, sem contar as taxas da concessionária local, que seguem sendo cobradas, e gastos com a energia externa (entenda em seguida). Para um gasto de R$ 1.000 mensais, o investimento fica acima dos R$ 30.000, com um parcelamento em 60 vezes, aproximadamente. As placas variam em quantidade de acordo com marca, tamanho e capacidades.

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Os cálculos são feitos para que o consumidor chegue o mais perto possível de zerar a conta de energia, mas, na prática, não é tão fácil assim e o que acontece com frequência é um grande desconto mensal, já que a produção de energia acontece apenas durante o dia.

Energia Solar
As placas devem receber luz diretamente, longe de edifícios, árvores e outros obstáculos (Divulgação/Quatro Rodas)

Não há geração à noite e, em dias chuvosos ou nublados, a produção é muito menor – podendo chegar também a zero, a depender da luminosidade. Nesses períodos, o imóvel será abastecido com a energia da rede, ou seja, é bom ter em mente que a energia gerada é finita.

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Durante o dia, no ápice da geração, entre 12 e 14 horas, é possível que o sistema gere mais energia do que é necessário no momento. Nesse caso, a energia excedente é enviada à rede distribuidora e convertida em créditos, que serão utilizados para abater a energia que foi consumida da rede (a proporção é de 1 para 1, ou seja, a cada kWh excedente, é gerado 1 kWh em crédito).

Tudo isso será detalhado na conta de energia. Há possibilidade de se instalar baterias para armazenar energia, mas elas são caras (passam dos R$ 20.000 e exigem um sistema diferente) e a geração precisa ser muito robusta para que haja energia de sobra a ser armazenada.

Apesar de virarem créditos (que podem ser utilizados em até cinco anos), a energia excedente passou a ser cobrada pelas concessionárias em 2023, pela Lei 14.300, aprovada em 2022. Chamada de Fio B, a tarifa incide sobre o excedente pelo uso da rede, como para cobrir gastos dos sistemas de transmissão e distribuição.

Carregamento Solar
Para quem tem carro elétrico, o retorno do investimento ocorre mais rapidamente (Divulgação/Internet)
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Quem instalou sistema de geração solar antes de 7 de janeiro de 2023 está isento da tarifa até 2045. Quem o fez depois terá cobrança gradual até 2029, quando 100% da tarifa será cobrada – fazendo com que a conta de luz, mesmo com geração própria na residência, fique mais cara.

O uso de energia solar vai ao encontro da proposta de carros elétricos, já que carregar o carro em casa é ainda mais barato do que em postos públicos. Considerando a tarifa de R$ 1 por kWh, como na cidade de São Paulo, a recarga completa de um BYD Dolphin (com bateria de 44,9 kWh), sai por cerca de R$ 45.

Na maioria dos postos públicos, o “tanque cheio” pode sair por mais de R$ 100. Ou seja, adequando o projeto ao gasto que se terá com um carro elétrico sendo recarregado na garagem de casa, há grande vantagem – não apenas pela redução (ou até isenção) dos gastos, mas pela praticidade de não depender de postos externos.

Pensando em sustentabilidade, há o fato de se abastecer um veículo que não gera emissões com uma energia limpa. Segundo a Abravei (associação de veículos elétricos), mais de 90% dos proprietários de veículos elétricos que moram em casas instalaram painéis solares.

A energia solar demanda um grande investimento, que demora a se pagar, mesmo com as facilidades de pagamento geradas pelas empresas. Porém, com um carro elétrico na garagem, ela soa ainda mais vantajosa, com um retorno mais rápido pela economia com a recarga frente aos custos dos combustíveis comuns.

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