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Primeira estação de hidrogênio a etanol do mundo é inaugurada no Brasil

Projeto foi anunciado em 2023 e agora começa a funcionar dentro da Cidade Universitária da USP, em São Paulo

Por João Vitor Ferreira
21 fev 2025, 17h30
Mirai USP
Toyota Mirai foi um dos primeiros modelos anunciados para os testes com o hidrogênio brasileiro (João Vitor Ferreira/Quatro Rodas)
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Em 2023, a Shell se juntou com outras empresas e a Universidade de São Paulo (USP) para desenvolver a primeira estação de produção de hidrogênio a partir do etanol. Cerca de dois anos depois, a base experimental foi inaugurada e iniciou seus primeiros testes.

O projeto teve um investimento de R$ 50 milhões e é uma iniciativa de diversas empresas e instituições, entre como Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP, Shell Brasil, Raízen, Hytron (agora parte do Grupo Neuman & Esser), SENAI CETIQT, Toyota, Hyundai, Marcopolo e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU).

A estação protótipo terá capacidade para produzir 100 kg de hidrogênio por dia. Ele será usado para abastecer três ônibus cedidos pela EMTU e dois veículos leves: um Toyota Mirai e um Hyundai Nexo. Todos rodarão exclusivamente dentro da Cidade Universitária da USP, em São Paulo.

Nesta fase de testes, serão avaliados a taxa de conversão de etanol em hidrogênio e os índices de consumo e rendimento do combustível nos veículos. Com isso, o intuito é coletar dados para orientar estudos futuros sobre a utilização do combustível em larga escala.

Para os responsáveis pelo projeto, essa é uma bela oportunidade de mostrar todo o potencial do Brasil de se tornar referência mundial para essa nova matriz energética.

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onibus hidrogenio usp
Serão três ônibus movidos à célula de hidrogênio, que rodarão dentro da Cidade Universitária da USP (João Vitor Ferreira/Quatro Rodas)

“O Brasil tem condições únicas para esse desenvolvimento, considerando nossa infraestrutura já consolidada para o etanol. Isso abre possibilidades para a descarbonização da indústria em setores com alto nível de emissões, como a siderúrgica e a cimenteira, além dos setores químico e petroquímico, na produção de fertilizantes e no transporte de carga e passageiros em larga escala.”, explica Julio Meneghini, diretor científico do RCGI.

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As expectativas são bem altas e a intenção é que o hidrogênio torne-se essencial para indústrias, indo das montadoras de carros. Fabricantes de aviões e montadoras de caminhões e ônibus podem se beneficiar diretamente da iniciativa, uma vez que terão acesso a uma fonte importante e sustentável de hidrogênio para o desenvolvimento de tecnologias baseadas em células a combustível.

“O fomento dessa tecnologia pode trazer benefícios enormes para a indústria brasileira. A disponibilidade de hidrogênio em grande escala é fundamental para permitir avanços em diversas frentes, desde a mobilidade até a produção de fertilizantes sustentáveis”, destaca Meneghini.

Como funciona a estação de hidrogênio?

A produção do hidrogênio na planta-piloto ocorre por meio da reforma a vapor do etanol. Nesse processo químico, o combustível derivado da cana-de-açúcar reage com a água em altas temperaturas, o que causa a liberação do hidrogênio.

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Entre as vantagens desse método, o grupo de empresas cita a eficiência e a possibilidade de reduzir a emissão de carbono, uma vez que o CO2 liberado no processo é biogênico, ou seja, pode ser compensado no ciclo do cultivo da cana-de-açúcar.

Hyundai Nexo
A Hyundai não estava no começo do projeto, mas entrou na colaboração e cedeu um Nexo para rodar junto com os ônibus e o Toyota Mirai (Lucas Parente/Quatro Rodas)

Em 2023, quando o projeto foi apresentado, as empresas contaram um pouco de qual a visão das estações para o futuro. Como o transporte e armazenamento do hidrogênio são muito caros, a ideia é usar a atual infraestrutura brasileira com o hidrogênio.

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Desse modo, as plantas de hidrogênio funcionam como postos de abastecimento também. O etanol entra, é transformado em hidrogênio e já vai direto para os veículos, sem precisar ser transportado.

“O Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa da Universidade de São Paulo representa uma das forças que permitem que nosso estado lidere a transição energética no Brasil: a pesquisa científica. Além disso, temos disponibilidade hídrica, a maior e melhor infraestrutura do país e mão de obra qualificada, que nos credenciam a sermos parceiros na produção de energia limpa e renovável para outros estados e também no exterior. Estamos aproveitando o potencial da cana-de-açúcar para desenvolver soluções que vão transformar e impactar indústrias inteiras, como o transporte”, disse o Governador de São Paulo, Tarcisio Freitas, em sua visita à planta.

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