Novo Nissan Leaf evolui em tudo, vira SUV e tem mais de 600 km de autonomia
Renovado, Leaf agora chega a prometer mais de 600 km de autonomia, tem até 204 cv e é compatível com mais padrões de carregamento

O tempo não foi gentil com o Nissan Leaf. Em 2010, ele foi pioneiro entre os carros elétricos com produção em larga escala, ganhando uma segunda geração em 2017. Mas a realidade do carro elétrico mudou tanto nos últimos oito anos — muito em virtude dos chineses — que o Leaf se tornou obsoleto. Porém, ele ganhou mais uma geração.
A Nissan está revelando a terceira geração do Leaf, com mudanças essenciais para torná-lo um carro popular novamente. Tudo começa pelo seu reposicionamento: o Nissan Leaf deixa de ser um hatch e passa a ser um SUV. Inclusive, compartilha a sua plataforma com o Alpine A390.

Nesta nova “encarnação”, o Leaf tem 4,35 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,55 m de altura e 2,69 m de entre-eixos. Ou seja, ele é até um pouco menor e bem mais largo que o antigo hatch. O entre-eixos é só 1 cm menor com uma promessa de ter espaço interno com melhor aproveitamento.
Apesar dessa semelhança, a proposta do Nissan Leaf é de ser um carro familiar, ao contrário do A390. Até por isso, tem porta-malas de 566 litros. O grande volume do bagageiro é evidenciado no design, com uma traseira à moda dos cupês e bem volumosa, com uma tampa de forma arredondada. O SUV também aproveita o caimento para estender a pintura preta do teto até o porta-malas nas versões mais caras.

A dianteira tem capô curto. O destaque vai para o conjunto óptico estiloso, com luzes afilados que formam um desenho de asa. Há pequenos retângulos de led na extremidade do conjunto, algo bem parecido com o que foi usado para as lanternas traseiras.
A Nissan também apostou em mais autonomia para contornar outro problema da segunda geração, que oferecia no máximo 341 km (isso no ciclo EPA, dos Estados Unidos). Oferecido em quatro versões, o novo Nissan Leaf garante até 488 km por carga.

Claro que os números variam de acordo com o órgão regulatório. Nos EUA, onde o carro será vendido nas versões S, S+, SV+ e Platinum, foi revelado apenas a autonomia para a bateria de 75 kWh, que equipa todas as versões, com exceção da S. O alcance estimado é de 488 km (S+), 463 km (SV+) e 417 km (Platinum).

Todos os três são equipados com o motor elétrico dianteiro de 214 cv. Já na Europa (ciclo WLTP), a Nissan divulga um alcance de até 604 km para a mesma bateria.
Haverá ainda uma segunda opção, com bateria de 52 kWh e motor de 174 cv. Essa tem autonomia máxima estimada de 436 km para o mercado europeu. Porém, nos EUA ela não teve nenhum número definido.

O lado bom é que o Nissan Leaf manterá o padrão CHAdeMO apenas no Japão. Nos EUA, por exemplo, ele terá dois bocais de carregamento, um do tipo SAE J1772 e outra NACS, esse último compatível com carregadores rápidos da Tesla.
A montadora afirma que o Leaf 2026 pode carregado em carregadores DC de até 150 kW, levando cerca de 35 minutos para ir de 10% a 80%.

O Nissan Leaf também está mais tecnológico. Por dentro, as versões mais SV e SV+ recebem duas telas interligadas com 14,3’’ cada uma. A multimídia desse conjunto roda o sistema Android Automotive, que dispensa conexão com o celular, já oferecendo aplicativos nativos que podem ser baixados através da Play Store.

As outras duas versões mais básicas têm um conjunto de telas de 12,3’’, que utilizam o método mais tradicional, oferecendo conexão com Android Auto e Apple CarPlay.

O novo Leaf também será equipado com pacote ADAS completo e sistemas de câmeras e monitoramento 360º. As versões mais caras terão sistema de som da Bose com 10 alto-falantes.
Sem preços definidos, o Leaf começará a ser vendido nos EUA entre outubro e dezembro, com as primeiras unidades sendo entregues em 2026. A estimativa é que o preço fique acima dos U$ 28.000 da geração passada, cerca de R$ 153.600 na conversão direta.