Enquanto aguardamos a chegada do novo Citröen C3 Aircross com seus sete lugares, na Europa, o hatch está renovado e com variante elétrica. A montadora apresentou o quarta geração do seu compacto urbano, com visual inédito e uso de soluções brasileiras.
O novo Citröen e-C3 almeja o “elétrico acessível” dos europeus e, para tanto, há mudanças importantes. A principal delas é o uso da plataforma Smart Car, que não passa de uma versão simplificada da arquitetura CMP, amplamente utilizada pela francesa e sua conterrânea Peugeot, além de outras marcas da Stellantis.
A versão mais simples da CMP estreou no Brasil através do nosso C3, que, feito em conjunto com a Índia, é bem mais modesto do que o modelo vendido no Velho Continente. Para que seu novo elétrico custe entre o equivalente a R$ 123.832 e R$ 106.240, a matriz da Citröen decidiu aproveitar o projeto simplificado e rebatizá-lo de “Smart Car”. É provável, entretanto, que alterações tenha sido feitas para adaptar o compacto às leis do continente.
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Antes da mecânica, entretanto, chama atenção o visual inédito do carro, que buscou elementos do pequenino Ami e do conceito Oli. A Citröen abandonou abandonou a separação entre DRLs e faróis, que vemos desde o C4 Cactus. Agora o conjunto vem em peça única na forma de C, com duas DLRs horizontais acima e abaixo de cada farol e outra, mais grossa, disposta verticalmente.
O para-choque também é inédito, destacando o aspecto mais quadrado da carroceria. Os faróis de neblina com contorno colorido não existem mais e agora ficam mais centralizados, enquanto duas tomadas de ar substituem a antiga peça. A grade frontal é substituída por superfície em preto brilhante e traz o novo logo da marca.
Na traseira, as lanternas têm formato muito semelhante, mas o desenho interno foi repaginado. Há também uma adição de uma faixa preta, que corta o porta-malas. Ele também não abriu mão da pintura bitom, sendo revelado em uma combinação de vermelho e preto e o mais tradicional azul e branco.
No precinho
O e-C3 estreia em versão única, com motor elétrico dianteiro de 113 cv — bem mais potente que o C3 elétrico indiano, que tem apenas 57 cv. Com essa motorização ele pode ir de 0 a 100 km/h em 11 s e atingir até 135 km/h, segundo dados de fábrica.
A energia que alimenta o sistema vem da bateria de fosfato de ferro-lítio de 44 kWh. Ela garante autonomia de até 320 km (WLTP combinado) e pode ser carregada em corrente contínua a 100 kW, levando 26 minutos para ir de 20% a 80%, Nos carregadores de corrente alternada (7 kW) o tempo sobe para 4h10.
Isso corresponde à primeira versão lançada, o e-C3 Max, que ilustra as fotos e estreia no segundo trimestre de 2024. No ano seguinte chegará variante mais barata, de 19.990 euros, que traz acabamento e equipamentos mais simples e, principalmente, bateria menor, com autonomia de 200 km. É provável que haja versão a gasolina, com possibilidade de alguma eletrificação.
O novo C3 também está maior, com 1,9 cm a mais no comprimento e 8 cm na altura, se comparado com a geração atual. Essas novas medidas, de acordo com a fabricante, darão um espaço “significativamente maior na cabine” — ainda bem menor que o nosso Aircross. Já o porta-malas terá 310 litros, com 10 litros de incremento.
Todas as versões trarão o Advanced Comfort Suspension, um sistema com batentes hidráulicos progressivos duplos, que busca manter a reputação da Citröen nos conjuntos de suspensão. Dentre outros aspectos, os batentes hidráulico absorvem e dissipam a energia de compressão, ao invés de retorná-la em forma de rebote.
Internamente, a montadora investiu nos novos bancos Advanced Comfort, fabricados com espuma extra para serem mais confortáveis em viagens longas. A central multimídia está maior e agora mede 10,25’’, com uso de NFC (mesmo sistema dos pagamentos por aproximação) para sincronizar smartphones com mais facilidade; não há maiores detalhes sobre como isso funcionará, porém.
Já o quadro de instrumentos foi totalmente substituído por um display que é semelhante ao criticado quadro de instrumentos do modelo brasileiro. Na Europa, porém, o visor foi reposicionado e ganhou visores extras. O e-C3 mantém os comandos físicos do ar-condicionado, como vimos no e-C3 indiano — um alívio para quem não gosta do touchscreen. O volante é novo e tem formato de três raios e base plana e traz botões para controlar algumas funções do carro.
O novo e-C3 Max chegará custando 23.300 euros e estreia no segundo trimestre do ano que vem. O fato de aproveitar grande parte da plataforma usada no Brasil permite que tomemos as mudanças como base, tanto para a renovação dos modelos 1.0 e 1.6 vendidos no mercado nacional, quanto para o que um eventual C3 elétrico pode oferecer aqui.