Neta negocia com CAOA e Mitsubishi para produzir em suas fábricas
Neta quer começar a produção dos modelos Aya e X já em 2026 para driblar impostos de importação e diminuir delay para chegada de peças e carros

A Neta já tem sua primeira concessionária no Brasil, inaugurada nesta semana, no Rio de Janeiro. Mas a empresa quer iniciar também a produção nacional de seus carros elétricos.
Segundo o gerente da rede de concessionários, Cesar Gomes, a empresa vai começar a produzir já em 2026 em regime CKD e estão estudando todas as possibilidades possíveis para conseguir uma fábrica.
Gomes disse que a Neta não descarta nenhuma alternativa e considera até mesmo iniciar uma planta do zero, mas a preferência é por uma parceria com outra montadora.

Fontes internas ouvidas pelo Automotive Business já existem conversas com o grupo Caoa Chery e a HPE, ambas com fábricas no estado de Goiás. A primeira usa suas instalações para fabricar modelos da Chery e da Hyundai, enquanto a HPE opera em Catalão produzindo os carros da Mitsubishi.
As duas empresas negaram quaisquer conversas. Do outro lado, Gomes afirma que grandes nomes do setor já entraram em contato com Neta, o que abre possibilidades para que eles se instalem em outros estados, sendo São Paulo e Espírito Santo dois dos candidatos prováveis.

A resolução dessa novela será feita em breve. Até março, o executivo garantiu que já terá a confirmação sobre a produção da Neta no Brasil.
De acordo com o plano apresentado na inauguração de sua primeira concessionária, a Neta optará por um regime CKD e o principal motivo para isso é driblar impostos, consideravelmente menores do que os cobrados por veículos importados.
A nacionalização também ajudaria a diminuir delay médio para chegada de um carro ou peça de 45 dias para, no máximo, uma semana, afirma Cesar Gomes.
Já em 2026, a Neta pretende ter um pequeno nível de nacionalização, começando por partes como vidros, pneus, rodas, assentos, entre outros. Nessa primeira fase, o investimento anunciado é de R$ 70 milhões para produzir os modelos Aya e X. A capacidade prevista é de 15.000 a 20.000 unidades por ano.

Em 2027 a empresa dará início à fase 2, introduzindo o SUV L à linha de produção. Serão R$ 50 milhões investidos para aumentar a capacidade anual para algo entre 30.000 e 40.000 unidades.
O nível de nacionalização também será maior, passando a produzir também componentes elétricos, suspensão, painel interno, entre outras peças. Para tropicalizar seus veículos, a Neta já iniciou as negociações com diversos fornecedores locais.
A fábrica da Neta no Brasil não seria apenas para o mercado local. O executivo deixou claro que a planta também exportará para toda a América Latina. No momento, a empresa chinesa já tem planos de atuar no Chile, Uruguai, Bolívia, Equador e Costa Rica.