Itália investiga Stellantis, BYD, VW e Tesla por ‘dados insuficientes’ sobre elétricos
Para as autoridades italianas, as empresas deveriam fornecer mais informações sobre autonomia, degradação de bateria e garantia

O Governo da Itália anunciou na última sexta-feira (21) que abriu uma investigação contra BYD, Tesla, Volkswagen e o grupo Stellantis (dona de marcas como Peugeot, Citroën, Fiat e Jeep) por supostamente enganarem os consumidores ao não divulgarem informações complementares sobre seus carros elétricos.
De acordo com a Reuters, o departamento que fiscaliza a concorrência do mercado italiano aponta que as empresas não fornecem dados suficientes sobre autonomia, degradação das baterias e possíveis limitações de garantia do componente. Isso violaria o código do consumidor e poderia gerar multas que vão de 5.000 euros (cerca de R$ 30.000) a 10 milhões de euros (cerca de R$ 60 milhões).

Para as autoridades locais, os sites das marcas têm “informações genéricas e às vezes contraditórias” sobre a autonomia dos carros elétricos. Elas dizem que não há um esclarecimento sobre fatores que podem influenciar na autonomia, como clima frio, tipo de rota percorrida (como relevos e velocidade) e uso de ar-condicionado.
Também não há informações “claras e completas”, segundo a acusação, sobre a degradação da capacidade das baterias em uso normal e sobre possíveis limitações da garantia da bateria. Dados como variações de autonomia e degradação da bateria dificilmente são informados.

A Reuters diz que a Guarda di Finanza, a polícia italiana de crimes financeiros, realizou inspeções nas sedes italianas das quatro empresas nesta quinta-feira (20). A agência diz ainda que entrou em contato com todas elas. BYD e Volkswagen não quiseram comentar sobre o assunto e, a Tesla, não respondeu aos pedidos de posicionamento.
A Stellantis disse que colabora com as autoridades e que forneceu documentos, informações e respostas necessárias. “A Stellantis coloca as necessidades e a satisfação de seus clientes no centro de todas as suas atividades e acredita que a investigação em andamento confirmará isso”, disse o grupo em comunicado à Reuters.