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Instalar carregador de carro elétrico em casa requer atenção; saiba custos

Instalar um carregador wallbox para carro elétrico em casa não é difícil, mas requer atenção às normas; difícil mesmo é instalar em prédios e condomínios

Por Henrique Rodriguez
10 jun 2024, 17h00
Carregadores domésticos consomem como um chuveiro elétrico
Carregadores domésticos consomem como um chuveiro elétrico, mas precisam da estrutura certa para serem instalados (Divulgação/Quatro Rodas)
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O proprietário de carro elétrico ou híbrido que pode recarregar seu veículo em casa tem uma experiência muito melhor: não precisa procurar um carregador público disponível nem arrumar algo para fazer enquanto seu carro repõe as energias. Mas a instalação precisa seguir um rigor técnico para não comprometer o carro, sua garantia e a fiação do local, o que pode exigir paciência e investimento – especialmente para quem mora em prédios e condomínios.

É comum que carros elétricos e híbridos novos sejam entregues ao comprador com o carregador wallbox ou que este seja dado como bônus. E isso é bom, afinal equipamentos de marcas com boa reputação podem custar entre R$ 3.500 e R$ 8.000.

Mas vale explicar: walboxes são aqueles carregadores que ficam fixos na parede e costumam ter potência entre 7 e 22 kW. Os mais comuns entregam até 7,6 kW, que é uma potência que atende bem quem não precisa ficar esperando a recarga e é bem aceita por instalações elétricas domésticas.

De acordo com Evandro Mendes, conselheiro na Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e CEO da Eletricus, empresa especializada em soluções de recarga para carros elétricos, no caso de uma casa, um eletrotécnico ou um engenheiro eletricista deverá avaliar a entrada de energia da casa.

Essa visita não costuma ser cobrada e o especialista vai avaliar a carga disponível e o que é necessário para fazer a instalação de acordo com a ABNT 1719. “Essa norma pede as proteções adequadas e considera a distância para dimensionamento do circuito”, explica.

Dependendo da instalação do local, pode ser necessário utilizar um protetor de surtos (DPS) e um dispositivo diferencial residual (DR). Tudo isso é obrigatório em instalações novas, mas podem não existir em casas mais antigas – ou que simplesmente não seguem as regras. A potência e a distância podem obrigar a utilizar um cabo de maior bitola, também.

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caixa de protecao weg monofasico
Quadro de luz com disjuntor, DR e DPS também pode receber indicador de consumo (Divulgação/Quatro Rodas)

Para condomínios a complexidade é maior. “Os condomínios precisam ter um projeto com um estudo para a implementação de carregadores para carros elétricos, o que ainda é muito raro”, explica Mendes.

Um projeto como esse é feito quando um prédio ou condomínio é construído, até mesmo pela própria companhia elétrica. Mas o aumento de demanda com o passar do tempo mexe com toda a infraestrutura, até mesmo com os transformadores na rua. O estudo vai dizer a carga disponível, as proteções que a rede já tem e até os horários com maior e menor demanda.

Aí vem a parte cara: a análise de carga e o projeto elétrico custam entre R$ 15.000 e R$ 20.000 e, a priori, é um custo que o condomínio deve arcar ou repartir entre as unidades, por ser benfeitoria. É algo válido até para quem quer instalar ar-condicionado em sua unidade. Mas é um gasto que precisa ser aprovado em assembleia. No condomínio da editora, não rolou.

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Um banho de horas

Isso é de extrema importância, porque a potência de um wallbox equivale aos chuveiros elétricos 220 V mais potentes. Mas se um banho dura cerca de 10 minutos, um carro elétrico com bateria de 50 kWh precisará de aproximadamente 6 horas para recarregar de 20 a 100%. É como se fosse um banho de 6 horas e o disjuntor não pode desarmar, nem derreter a fiação.

“O ideal é que a solução de recarga seja pensada de forma coletiva. Porque não adianta nada instalar diversos carregadores se a entrada de carga do prédio não estiver preparada para essa demanda de energia”, explica Mendes.

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A instalação em vagas compartilhadas seria um caminho, mas poucos prédios têm vagas sobrando. Contudo, é preciso considerar que carros híbridos plug-in, que têm autonomia elétrica menor, recarregam com mais frequência que carros elétricos, que não precisam recarregar todos os dias. A frota do condomínio pode influenciar no número de carregadores disponíveis.

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Quanto custa para instalar um carregador doméstico?

Evandro conta que o mais comum ainda é que proprietários instalem o wallbox na própria vaga. Para isso, existe também o custo da instalação, que contempla eletrodutos, conduletes, cabos, kit de proteção (DR e DPS) e mão de obra. O custo costuma ficar entre R$ 100 e R$ 120 por metro de distância do quadro de luz até a vaga onde o carregador será instalado. Esse custo também vale para residências.

O problema é esse expediente se multiplicar pela garagem. Por isso, um outro caminho é que o condomínio defina um tipo de wallbox com sistema que permita que conversem entre si, gerenciando a potência do carregamento de acordo com a demanda. Mas estes são os modelos mais caros e o carregador dado pela fabricante não seria utilizado: pode ser vendido ou instalado em outro lugar.

Ao menos por enquanto, a instalação do carregador não exige licença de prefeitura, bombeiro ou de solicitações à companhia de energia elétrica. A exceção é se for necessária mais carga para o prédio para atender a demanda dos carregadores.

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No estado de São Paulo, porém, uma questão que pode dificultar ainda mais a instalação de carregadores. O Corpo de Bombeiros abriu consulta pública, por 30 dias, para a criação de regras para a instalação de carregadores que obrigariam a instalação conforme as normas ABNT e diversas estruturas de combate a incêndio.

Pelo projeto, ou há um distanciamento de 5 metros para outros carros, ou colocam uma parede corta-fogo entre elas. Além disso, cada vaga precisará de dois aspersores de água e o disjuntor do carregador deverá ficar a uma distância entre 30 e 40 m, e o local deverá ter vigilância permanente.

A ABVE ainda não estimou o custo de tudo isso, mas já trata como algo completamente inviável, se for aprovado. E todo carregador instalado em São Paulo deverá ser adequado, ou desativado em um ano, caso o projeto vire lei. Detalhe: não há precedentes no mundo e não há registro de incêndio de carro elétrico no Brasil.

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