Governo aumenta imposto de importação sobre carros elétricos e híbridos
Alíquota fica na faixa entre 25% e 30% dependendo da tecnologia utilizada; imposto aumentará novamente em 2026 para 35%

A partir de hoje, os impostos para carros elétricos e híbridos vão voltar a subir no Brasil. O movimento começou ainda em janeiro de 2024 e faz parte de um plano gradual que prevê o retorno completo das tarifas até meados de 2026. A nova etapa da medida aprovada pelo Comitê-Executivo de Gestão da CAMEX (Câmara de Comércio Exterior), já tem os percentuais definidos, e afeta diretamente as montadoras que trazem todos os seus veículos de fora.
O aumento para os carros elétricos (BEVs) será de 8% nos impostos de importação, saindo de 10% para 18%. Os híbridos plug-in (PHEVs) passam de 12% para 20%, e os híbridos convencionais (HEVs) que utilizam motor a combustão combinado a um sistema elétrico mais simples, terão uma tarifa de 16% — antes, estavam em 10%.
O plano do governo é que em julho de 2026, os elétricos cheguem à carga máxima de 35%, os híbridos plug-in a 30%, e os híbridos convencionais a 25%. A política foi desenhada para estimular a produção local de veículos eletrificados, aproveitando os novos investimentos prometidos pelas montadoras nos últimos meses.
Propulsão: | Híbrido (HEV) | Híbrido Plug-in (PHEV) | Elétrico a bateria (BEV) |
Janeiro/2024 | 12% | 12% | 10% |
Julho/2024 | 25% | 20% | 18% |
Julho/2025 | 30% | 28% | 25% |
Julho/2026 | 35% | 35% | 35% |
Para manter algum nível de incentivo à eletrificação, a CAMEX permite que as empresas comecem a nacionalizar gradualmente seus modelos. As que apresentarem planos de produção local e compromissos com o uso de peças nacionais poderão ter acesso a regimes especiais de importação, com alíquotas diferenciadas por um período determinado.
A nova política deve impactar principalmente as montadoras que ainda não têm produção local e dependem exclusivamente de veículos importados. É o caso de marcas como GWM, BYD, Audi e Volvo, que cresceram nos últimos anos justamente por oferecer uma linha focada em eletrificados.
Com o aumento dos impostos, essas montadoras terão que rever suas estratégias — ou investem em fábricas no Brasil para tentar driblar a alta das tarifas, ou terão que repassar os custos para o consumidor.
Por outro lado, as montadoras que já estão consolidadas podem se beneficiar com o novo cenário. A Toyota, por exemplo, já fabrica híbridos no Brasil desde 2019. As chinesas BYD e GWM prepara-se para iniciar a montagem local ainda este ano, ajudando a evitar este imposto para parte de sua linha.