Fiat Topolino chega ao Brasil por R$ 197.000 e não pode rodar em qualquer lugar
Unidades trazidas por importador independente são as primeiras do modelo no Brasil; com 8 cv, ele só pode rodar em vias particulares

“Primo” dos Citroën Ami e Opel Rock, o Fiat Topolino – o mais carismático deles – acaba de desembarcar no Brasil. Sua vinda, porém, não é oficial: 24 unidades do pequeno quadriciclo elétrico foram importadas de forma independente pela WBC e custam a partir de R$ 197.000 (praticados pelo importador), segundo informações dadas em primeira mão à QUATRO RODAS. O uso do modelo em solo brasileiro, porém, é restrito.
Foram trazidas pelo importador duas configurações diferentes do Topolino. A mais barata, de R$ 197.000, é a Dolcevita. Seu diferencial está na substituição das portas por uma corda presa a ganchos, como em entradas de eventos. Ele também tem o teto de tecido retrátil, que permite a abertura enrolando e prendendo a capota para trás, como parte dos cortes de custos e peso, e das inspirações retrô.

A versão mais cara, de R$ 210.000, é a convencional, com portas de vidros basculantes e teto fechado (mas com uma peça de vidro), que permite o uso em dias mais frios e chuvosos. Os preços, porém, são os praticados pela empresa importadora. Os valores finais terão variações de acordo com as lojas que compraram unidades para revenda, e naturalmente serão maiores para margem de lucro.

O que também remete ao 500 é o visual do Topolino, que tem a maior identidade de marca entre seus “primos” Citroën e Opel, esses de visual mais genérico. No italiano (que é produzido no Marrocos), repetem-se os faróis duplos e redondos, e as lanternas verticalizadas do 500, com iluminação de led. Também foram herdados as barras cromadas nos para-choques e o rebaixo da placa traseira com uma régua superior arredondada.

De lado, as rodas são de aço cobertas com calotas de visual clássico e aerodinâmico (que foram colocadas posteriormente nas unidades do Brasil), e há pequenos e redondos retrovisores cromados. Tudo busca, novamente, ser retrô.
O interior leva duas pessoas é bastante enxuto: há um volante simples, sem comandos, e quadro de instrumentos digital com informações básicas. Ao lado estão os botões do câmbio e do pisca-alerta, uma porta USB e o local para inserir a chave, que não é presencial.

Não espere nem por uma central multimídia. No lugar, há um suporte integrado de celular e disponibilidade de conexão Bluetooth. Também não há ar-condicionado e, na Europa, é possível comprar um ventilador USB como acessório. Mas apesar da simplicidade de equipamentos e acabamento, o Topolino não deixa de fazer um charme e tem um elemento arredondado no painel que remete a um porta objetos de tecido, com fechos de couro.

Circulação restrita
O Fiat Topolino nasceu como um carro urbano para enfrentar as apertadas vielas da Europa, com a possibilidade de ser guiado por pessoas a partir dos 14 anos, sem a necessidade de nenhuma carteira de habilitação. Além disso, por lá, ele pode ser comprado em parcelas equivalentes ao custo do transporte público na Itália.

Mas ele não tem a mesma “vida livre” fora de lá. Em alguns países, como o Brasil, o modelo não pode circular em vias públicas. Isso porque ele tem um motor elétrico de apenas 8 cv e 4,5 kgfm, com velocidade máxima limitada a 45 km/h. Sua bateria de 5,5 kWh promete autonomia de até 75 km.
São ainda 2,53 metros de comprimento (próximo ao entre-eixos de um Fiat Argo), 1,40 m de largura, 1,53 m de altura e 1,73 m de entre-eixos, com peso de aproximadamente 560 kg. Assim, por aqui, ele só pode ser utilizado em locais fechados, como empresas, shoppings e condomínios.