Em 2023, as vendas de carros elétricos representaram pouco mais de 1% entre todos os carros vendidos no Brasil. Pode parecer pouco, mas significou um aumento de 128%. Foram 8.458 carros em 2022 contra as 19.310 unidades vendidas em 2023.
Para 2024, segundo a Anfavea, a expectativa é de que as vendas fiquem próximas de 24.000 exemplares puramente elétricos – aumentando a participação na frota circulante brasileira.
Claramente, a infraestrutura de carregamento não acompanha essa demanda – QUATRO RODAS sabe bem o que isso significa desde que adquiriu um BYD Dolphin para o teste de Longa Duração. São comuns relatos de nossa equipe sobre filas para recarregar em pontos de recarga públicos, em especial os mais rápidos, de recarga rápida, do tipo DC.
O que pode ajudar nessa questão da infraestrutura é que cada proprietário de carro elétrico tenha na sua residência um ponto de recarga. O ideal é a instalação de um wallbox (com potência de até 22 kW) diretamente na rede doméstica, do tipo AC, com uma potência adequada a cada modelo – a maioria dos carros aceita até 11 kW, AC.
Porém, o mundo ideal é bem diferente do real e não é raro haver donos de elétricos que não têm um wallbox em casa (nosso caso, veja na página 64, que trata das instalações domésticas). Os motivos são diversos, desde a proibição do condomínio onde mora, até a falta de estrutura da rede e custo de instalação e aquisição do modelo – de cerca de R$ 6.000 para um modelo com potência de até 7 kW.
Tantos impedimentos os levam a buscar uma opção mais acessível. São os carregadores portáteis. Algumas marcas até entregam o carro com esse tipo de carregador, mas não são todas e existem muitas opções no mercado de reposição que são mais vantajosas em termos de preço e que trazem a comodidade de serem facilmente transportadas.
Necessita de instalação?
Uma boa analogia para entender o quanto é necessária uma análise da rede elétrica de cada residência é que o wallbox e o carregador portátil “puxam” a mesma energia exigida por um chuveiro elétrico – e deixar plugado o carro por oito horas é a mesma coisa que ligar o chuveiro durante esse tempo. Não é toda instalação que irá suportar essa carga. Tudo vai depender da potência do carregador, mas na prática significa que é preciso fazer uma avaliação da rede por um profissional qualificado.
“O carregador portátil tem que ter uma instalação tão segura quanto a de um wallbox, inclusive a potência de recarga pode ser a mesma em ambos. São necessárias a verificação de toda a rede elétrica doméstica e a adequação dessa rede para aguentar toda a demanda exigida”, afirma Evandro Mendes, CEO da Eletricus, empresa que produz e instala carregadores no Brasil.
O preço da instalação varia conforme cada situação, mas é de cerca de R$ 3.200 no caso de uma adequação doméstica de até 30 metros de infraestrutura (inclui a substituição por cabos apropriados à nova demanda de energia).
A instalação correta exige, por norma ABNT, um quadro de luz com disjuntor independente, protetor de surtos elétricos (DPS) e de diferencial residual (DR), que detecta fuga de corrente e desarma o circuito.
Toda essa adequação é necessária na residência do dono de carro elétrico tendo em vista que a rede será utilizada cerca de duas vezes por semana, mas o portátil traz a vantagem de permitir uma recarga emergencial. “Nesse caso são recomendados os modelos de carregadores que mapeiam a situação da rede, como se há aterramento daquela tomada ou mesmo se o disjuntor está em funcionamento”, diz Evandro.
Como escolher um carregador portátil?
Ainda não há norma do Inmetro para certificações de carregadores de carros elétricos no Brasil. O recomendado pela ABVE (Associação Brasileira de Veículo Elétrico) é buscar equipamentos homologados na Europa (com o selo CE), pois seguem a norma internacional IEC 6185-1, que costuma servir como ponto de partida para as padronizações no Brasil. É uma forma de garantir a qualidade do equipamento.
“Recomendo que o cliente verifique se o produto traz a tomada no padrão brasileiro (três pinos) ou a industrial (32 A), qualquer outro padrão vai exigir um adaptador que não irá proteger a bateria do carro de algum surto de tensão, o que pode provocar a queima de todos os módulos da bateria”, alerta Evandro.
Nem todo portátil é compatível com 220 V, mais facilmente encontrado no Brasil, no padrão fase+fase+terra, portanto é sugerido que o cliente compre apenas produtos que indiquem as redes elétricas que são compatíveis. A indicação estará como “F+N+T ou 2F+T” nas especificações do produto.
Há opções no mercado a partir de R$ 1.300, mas os modelos que se enquadram em todas essas especificações são mais caros. Para o nosso BYD Dolphin, escolhemos o Intelbras CVE 3000P. Ele entrega até 3 kW a 220 V, a uma corrente de até 13 A, o que poderá evitar sobrecargas em tomadas desconhecidas e tem o diferencial de ter dois anos de garantia.
Abaixo você confere mais dois modelos recomendados por seguirem todas as especificações e ambos entregam a potência de 7 kW, para uma recarga mais expressa. Um traz o plugue da tomada no padrão brasileiro e outro no padrão industrial.
Três modelos de carregadores portáteis recomendados por especialistas
Intelbras CVE 3000p preço: R$ 2.655 Traz potência de 3 kW e pode ser conectado a uma tomada 220 V, a uma corrente de 13 A. Conta com vantagem de evitar sobrecargas no sistema. |
Smart Eletricus
Preço: R$ 2.800 |
Steck cves-0232
Preço: 4.914 |