Com preço e números atraentes, “HB20 elétrico” da JAC já roda pelo Brasil
JAC Yttrium 3 é compacto elétrico com dimensões idênticas ao Hyundai brasileiro, com tecnologias de ponta que podem torná-lo bem barato
Todo mundo quer emplacar um carro elétrico “popular” no Brasil. Nos últimos meses, foram tantos lançamentos que o primeiro a almejar esse posto, o JAC e-JS1, se encontra defasado e esquecido pelos consumidores. Mas a marca tem uma aposta ousada.
É o JAC Yttrium 3, também chamado de Y3, EV3 ou Yiwei 3 a depender do mercado. Já se apostava que o hatch chegaria ao Brasil, e o flagra da leitora Gleyma Lima só confirma que a montadora chinesa vem se preparando para o lançamento.
Gleyma encontrou o Y3 praticamente sem disfarces, dando “sopa” estacionado em uma rua. Só os emblemas estavam tampados, mas isso não atrapalhou em nada a identificação do modelo, com seu visual bem característico.
A dianteira com faróis redondos e formas curvilíneas lembra bastante o GWM Ora 03 — o que, naturalmente, também o faz lembrar do Mini Cooper. Assim como o lançamento da Great Wall Motors, a traseira já se distancia do modelo inglês, mas no caso da JAC com lanternas bem mais discretas.
Como os subcompactos elétricos não vêm se dando bem no Brasil, faz sentido que a fabricante aposte, agora, em um carro com dimensões praticamente idênticas às de um Hyundai HB20. São 4,02 m de comprimento, 1,77 m de largura e 1,55 m de altura, com uma distância entre eixos de 2,62 m.
Um destaque importante é a montagem do Y3 sobre a plataforma DI, que, inclusive, é adaptada para o uso das baterias de sódio. Essa nova tecnologia permite baterias mais baratas e com mais autonomia, e muitos a enxergam como a solução ideal, no momento, para diminuir o preço dos EVs de entrada.
Também há as tradicionais células de íon-lítio, que foram utilizadas nas variantes de lançamento no mercado chinês. Nesse caso, a autonomia declarada é de 505 km, que já é satisfatório por si. Com o sódio, entretanto, a promessa é de elevar o alcance a 600 km — o dobro do e-JS1.
Por dentro, o Y3 também é parecido com o Ora 03: o design minimalista inclui revestimento em tons pastéis, multimídia flutuante de 15,6”, acompanhado por quadro de instrumentos do mesmo tipo, mas um pouco menor. O console central inclui carregador de celular por indução e dois níveis de porta-objetos. Os bancos são revestidos por materiais que imitam couro, em dois tons.
O que vem para o Brasil?
O Yttrium 3 básico tem motor dianteiro de 95 cv, mas a versão de topo tem propulsor de 136 cv e, claro, as baterias com maior autonomia. Mas ainda não sabemos qual a configuração que será ofertada no mercado brasileiro.
Com estrutura bem menor que a das conterrâneas, a filial da JAC dependerá de um bom acordo com a matriz para que o compacto seja vendido a um preço atraente. No caso, cerca de R$ 140.000 ou menos. A guerra dos elétricos “populares” vem trazendo descontos sucessivos em várias marcas, indicando que sempre há margem de lucro que pode ser diminuída.
Mas os desafios não param aí: BYD e GWM vendem seus carros com bocais de carregamento do tipo CCS2, amplamente utilizado no Brasil. A JAC, entretanto, utiliza o padrão chinês, inexistente em pontos públicos de recarga aqui.
A justificativa é que o baixo volume de importação não justifica o preço de converter os carros para as tomadas que usamos. A companhia, então, utiliza um adaptador que deixa a recarga mais lenta.
Mas são questões que, certamente, os engenheiros da marca têm ciência. E diante de uma invasão cada vez maior de elétricos chineses no Brasil, parece improvável que o JAC Y3 chegue sem uma estratégia que o torne minimamente atraente. Os próximos meses prometem uma revolução no mercado.