Nesta sexta-feira (9) foi anunciado pelo governo do Ceará um investimento de R$ 400 milhões para a construção de uma fábrica multimarcas de veículos de novas tecnologias, ou seja, híbridos e elétricos. O projeto é encabeçado pela Comexport, empresa brasileira de comércio exterior, e pretende iniciar a produção com um volume anual de 40.000 unidades.
O terreno já é um velho conhecido do setor e abrigava as linhas de produção da Troller. Localizado em Horizonte, região metropolitana de Fortaleza, o terreno ocupa uma área de 127 mil m² e pertencia a Ford, última detentora da marca de utilitários off-road. Desde 2021 a planta estava inoperante e, em março, foi desapropriada pelo governo cearense.
No evento, que também contou com a presença do Ministro MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o governador do Ceará, Elmano Freitas, não foi dito quais empresas produzirão seus carros no local, apenas que a operação começará com seis modelos de três marcas distintas.
“É um projeto estruturante, porque há compromisso de investimento em tecnologia aqui no Ceará. Para o próximo ano, temos previsão concreta da produção dos primeiros veículos. Serão seis modelos movidos a nova energia, para três marcas consagradas da indústria automotiva mundial”, afirmou o presidente da Comexport, Rodrigo Teixeira.
Segundo Elmano Freitas, o projeto vai além da montagem dos veículos eletrificados — como no regime CKD, onde as peças chegam via importação. O governador afirmou o “desafia” de também trazer a produção nacional dos principais componentes destes modelos.
“É evidente que tem gente que não queria a desapropriação da fábrica da Ford, mas eu não podia deixar de tomar essa decisão para trazer investimento ao Estado. O Ceará terá, enfim, o polo automobilístico que sonhou por gerações e gerações”, disse Elmano Freitas.
Tanto é que Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), afirmou que em breve anunciará uma parceria entre a siderúrgica ArcelorMittal com o setor automobilístico, reforçando o compromisso do estado cearense com projetos que envolvem energias renováveis.
Quanto às montadoras que se instalarão na fábrica, pouco se sabe. O presidente da Comexport apenas disse que tratam-se de três de suas parceiras. Entre as montadoras que trabalham atualmente com a importadora estão Volvo, Mercedes-Benz e Toyota, das quais apenas a última possui produção nacional.
A chinesa Neta, que nessa semana mostrou seus três primeiros modelos que serão vendidos no Brasil, pode ser das interessadas. Durante a apresentação dos modelos Aya, X e GT, os executivos da montadora confirmaram que querem iniciar a produção no Brasil, podendo construir uma fábrica do zero ou utilizar alguma já existente.