No ramos dos smartphones, Apple e Xiaomi travam uma interessante batalha pela preferência do público e não é errado dizer que os americanos levam certa vantagem. Mas no mundo automotivo, a empresa chinesa já deu seu primeiro passo — e foi em grande estilo. O carro da Xiaomi foi, enfim, revelado.
A Xiaomi SU7 é o primeiro carro da fabricante de smartphone e gadgets eletrônicos. A apresentação do sedã elétrico foi feita pelo próprio CEO da empresa, o coreano Lei Jun, em um grande evento. “SU” vem de “Speed Ultra”, mas só reflete parte do que realmente é esse carro, que também traz inovações em tecnologia e engenharia.
Começando pelo seu design, o sedã tem um desenho esportivo, com um perfil aerodinâmico que gera apenas 0,195 de coeficiente de arrasto. Na dianteira, os faróis são grandes e com um “risco” de LED bem estiloso no meio. Já o capô tem dois vincos nas laterais, que reforçam o contorno das caixas de roda.
Na traseira, uma das versões apresenta uma asa ativa, já a outra, não. A lanterna atravessa todo o porta-malas e serve de ‘moldura’ para o nome da montadora, escrito em letras cromadas. No para-choque, há dois arcos que remetem a saídas de escape e dão um toque de esportividade ao Xiaomi SU7.
As rodas podem ser de 19 ou 20 polegadas, têm um design de seis raios e ostentam pinças de freio amarelas. Ao todo, o SU7 mede 4,99 m de comprimento, 1,96 largura, 1,40 de altura e 3 m de entre-eixos. O porta-malas tem bons 517 litros, mas há também um “frunk” na parte da frente com 105 litros de capacidade.
Os primeiros sinais da tecnologia embarcada estão na cabine. A tela central tem resolução 3K — melhor que a grande maioria — de 16’’, enquanto o quadro de instrumentos é um pouco mais modesto, com display de 7,1’’ que pode ser rebatido.
O console é bem minimalista e não há muitos botões. Os que existem, ficam concentrados no volante e são físicos. Vale destacar um comando com borda vermelha na base do volante, que serve para alterar os modos de condução, muito provavelmente habilitando uma configuração mais esportiva como nos Porsche. Por fim, um head-up display também projeta as informações mais essenciais no para-brisas.
O sistema operacional é o Hyper OS, desenvolvido pela própria montadora, com processador Snapdragon 8295. Ele será compatível com Android Auto e, mesmo com a rivalidade, ele também aceitará conexão via Apple CarPlay e AirPlay. Mas claro que a conexão mais rápida será com dispositivos Xiaomi, como o Mi Watch, Mi Band e Mi Home.
O SU7 também poderá se conectar diretamente com até cinco tablets da Xiaomi, que se tornam uma extensão da central multimídia. Todas as atualizações dos sistemas do sedã poderão ser feitas pela tecnologia OTA (over the air).
Ainda mais interessantes são as opções de motorização. A Xiaomi apresentou duas ao público, uma mais básica com apenas um motor e tração traseira e a outra com dois motores e tração integral.
A mais simples e sem nome tem 299 cv e 40,78 kgfm. A arquitetura desta versão será de 400 volts com alcance de até 668 km pelo ciclo CLTC. Já a velocidade máxima divulgada é de 210 km/h.
Acima dela, a versão Max — nome que também batiza os smartphones mais caros da Xiaomi — tem tração integral e ganho considerável de potência e torque. São 673 cv e 85,45 kgfm, que fazem o SU7 ir de 0 a 100 km/h em apenas 2,78 s. Essa variante tem arquitetura de 800 volts e alcance de até 800 km. A velocidade máxima é de 265 km/h.
Além de um alcance maior, a arquitetura elétrica de 800 volts com bateria de 101 kwh da versão Max, também permite uma velocidade de carregamento ultrarápida. Segundo a Xiaomi, ele pode recuperar 220 km de autonomia em 5 minutos e 510 km em 10 minutos.
Há ainda uma terceira versão, que deverá ser lançada em 2025. Ela será equipada o motor chamado ‘HyperEngine’, com uma eficiência máxima de 98%. O CEO da marca ainda afirmou que nos testes realizados com o protótipo o motor teria conseguido operar em uma velocidade de 35.000 rpm. Os números de potência e torque ainda não foram confirmados.
O SU7 ainda é equipado com 11 câmeras, 12 radares ultrassônicos e um lidar para os assistentes de condução autônoma. O Xiaomi Pilot inclui recursos como direção autônoma em rodovias e estacionamento autônomo. O sistema também será disponibilizado em mais de 100 cidades chinesas até o final de 2024.
A produção começa no primeiro semestre de 2024, mas ainda não há preço ou data de estreia. O Xiaomi SU7 será o primeiro passo para um plano ambicioso da Xiaomi. Segundo o CEO, a ideia é colocar a empresa entre as cinco maiores montadoras do mundo nos próximos 20 anos.