Carro automático mais barato do Brasil é elétrico e custa menos de R$ 100.000
Renault Kwid E-Tech, quem diria, acabou em uma posição curiosa depois dos aumentos nos preços de todos os carros compactos

Os preços dos carros foram muito distorcidos nos últimos anos, puxados pela inflação, desvalorização do real e problemas de produção tanto durante a pandemia quanto depois. Hoje, o carro mais barato do Brasil custa R$ 77.000 e, curiosamente, o automático mais acessível do momento também é o carro elétrico mais barato.
Com tantos aumentos aplicados sobre diversos modelos, o Renault Kwid E-Tech acabou por ocupar a posição de carro automático mais barato do Brasil. Vendido por R$ 99.990, o subcompacto elétrico custa R$ 2.000 a menos do que o Fiat Argo 1.3 Drive CVT, hoje o mais acessível com motor a combustão.

Esta colocação foi recebida após um reajuste na tabela de preços da Citroën, que empurrou o C3 You!, a única versão com o câmbio automático e motor 1.0 turbo, para R$ 102.990. O hatch pode ganhar versões com o motor 1.3 de até 107 cv, combinado à transmissão CVT, para ocupar o espaço perdido com o fim das versões 1.6.
Até lá, é pouco provável que alguém destrone o Kwid E-Tech e a única chance é caso a própria Renault aumente os preços do hatchback. Faz pouco mais de um ano que o subcompacto passou por um reajuste, reduzindo o valor de R$ 123.990 para R$ 99.990.
Por quanto tempo o Kwid elétrico continuará com este preço? Esta é uma incógnita. Por um lado, o subcompacto precisava custar algo nessa faixa, para ser competitivo contra os rivais chineses como BYD Dolphin Mini ou JAC E-JS1.

Uma possível mudança nos preços pode acontecer ainda este ano, quando a Renault reestilizar o hatch elétrico. Adotará o mesmo estilo do Dacia Spring, seu primo europeu, mexendo bastante na dianteira e na traseira. A iluminação diurna em LED terá um formato em “Y” deitado, mantendo as luzes principais separadas mais abaixo no para-choque. A grade também foi revista, agora mais fina e com linhas prateadas.
A traseira repete a ideia da frente, com uma faixa preta na tampa do porta-malas alinhada com as lanternas em “Y”.

Muda tudo no interior, com um aspecto muito mais refinado do que o atual. A multimídia recebeu uma tela de 10 polegadas fora do painel central, enquanto o cluster de instrumentos adotou um display de 7 polegadas. Perdeu o seletor de marchas giratório, adotando uma alavanca semelhante à do Kardian.
A renovação do Kwid E-Tech é esperada ainda para o 1º semestre deste ano, mantendo o motor elétrico de 65 cv e a bateria de 26,8 kWh, que atualmente dá uma autonomia de 185 km. Irá antecipar o design da versão a combustão, porém esta só deve dar as caras em 2026.