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BMW i Vision Circular prevê um futuro de carros recicláveis

Conceito pode representar o sucessor do BMW i3 e revela uma guinada: a fibra de carbono dará lugar a materiais reciclados e recicláveis

Por Joaquim Oliveira
7 set 2021, 00h37
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    (Divulgação/BMW)

    Surpreendentemente, a BMW decidiu não apresentar qualquer automóvel novo real no Salão de Munique. Sua grande atração é o conceito BMW i Vision Circular, que pretende mostrar como um carro ecologicamente perfeito pode ser integrado no ciclo ambiental – mas só no ano de 2040…

    Se normalmente tudo gira em torno de dados se performance, consumo e grandes emoções, chama atenção a sobriedade com que a BMW encara o futuro no salão na cidade-sede dos bávaros – e não em Frankfurt como nas últimas décadas.

    BMW-I-Vision-circular
    (Divulgação/BMW)

    Além de querer mostrar que encara a sustentabilidade a sério (e a forma fluida com que a mesma poderá se combinar com a mobilidade no futuro), a BMW quis levantar um pouco do véu sobre a próxima linguagem de design dos seus veículos. E não faltará quem veja neste carro-conceito uma antecipação das linhas de um futuro sucessor do i3… ou, mesmo que não seja exatamente isso, o seu futuro elétrico compacto.

    BMW-I-Vision-circular
    (Divulgação/BMW)
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    Visualmente, é difícil reconhecer que estamos diante de um BMW, porque o i Vision Circular não tem um capô clássico e mais se parece mais com um micro-monovolume com grande área envidraçada e pouca carroceria. 

    O veículo de quatro lugares e totalmente elétrico, claro, garante um espaço amplo o suficiente para um carro urbano. A grade frontal clássica, com o rim duplo, desapareceu e se juntou com elementos dos faróis como superfície de comunicação e design. Na traseira também há uma ampla faixa transversal Iluminada de ponta a ponta envolvendo o logótipo da BMW. Acima está um enorme vidro traseiro coroado por uma antena do tipo barbatana de tubarão.

    BMW-I-Vision-circular
    (Divulgação/BMW)
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    (Divulgação/BMW)
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    As coisas ficam ainda mais radicais quando entramos no carro pela enorme porta dianteira (são quatro, as traseiras são menores abrem num movimento invertido, como no i3). Isto porque o i Vision Circular dispõe de uma unidade central de controlo no meio do painel, que bem poderia ter saído de um episódio da Guerra das Estrelas.

    O banco traseiro corrido tem um design de sofá dos anos 1970 e mesmo com semelhanças com os dois dianteiros, suspensos, estes últimos acabam por ter um aspecto mais moderno. Tudo em materiais totalmente reciclados e recicláveis, claro. Os encostos de cabeça são também almofadas muito confortáveis, principalmente os da frente, e integram alto-falantes para que cada ocupante possa definir qual a fonte de música que quer ouvir.

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    (Divulgação/BMW)

    Que mundo teremos em 2040?

    Claro que podemos nos questionar sempre a BMW ainda vai fabricar automóveis em 2040, daqui a 19 anos. É esperar para ver. Mas com a velocidade a que a indústria automotiva e o mundo estão mudando e o fato de várias marcas estarem anunciando que vão deixar de fazer veículos compactos (por falta de rentabilidade financeira) muito terá que mudar até lá.

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    Como este conceito representa para a BMW um projeto que pode se materializar, e não apenas um devaneio de designers, parece que a ideia da fabricante é continuar a oferecer este tipo de veículo. Até porque a contínua redução dos custos da tecnologia de propulsão elétrica os tornará claramente mais acessíveis a médio e longo prazo.

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    (Divulgação/BMW)

    “O i Vision Circular mostra como pensamos de forma abrangente e consistente sobre a mobilidade sustentável, e representa a nossa vontade de ser pioneiro no desenvolvimento de uma economia circular. Porque o desenvolvimento atual dos preços das matérias-primas mostra os efeitos que uma indústria que depende de recursos limitados deve esperar”, explica Oliver Zipse, CEO da BMW.

    Há bem pouco tempo a BMW chegou a ser a marca de automóveis que mais confiava na fibra de carbono como o “ingrediente secreto” para fabricar veículos elétricos muito leves e, logo, com autonomia dilatada, mas a evolução da indústria não foi por esse caminho e os bávaros não vão prosseguir com o trajeto iniciado precisamente com o BMW i3.

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    A carroceria do i Circular é feita quase inteiramente de materiais reciclados, de aço, alumínio, plástico e vidro. Se a proporção de componentes reutilizados nos veículos BMW ronda atualmente os 30%, é de prever que a mesma aumentar gradualmente até aos 50%.

    Num veículo futurista e conceptual como este percebe-se a idealização de um mundo perfeito, sendo feito com materiais 100% reciclados, provenientes de círculos fechados (daí o nome do projeto). Isso é verdade também para a bateria de estado sólido, que não só é totalmente reciclável, como feita inteiramente de materiais reciclados. Até os pneus são feitos de borracha natural sustentável e têm uma aparência ligeiramente transparente, à qual foram adicionadas partículas de borracha coloridas para reforço.

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