Audi volta atrás, desiste de futuro elétrico e passa a focar em híbridos plug-in
Plano inicial era se tornar totalmente elétrica até 2032, mas o projeto declinou; marca lançará 10 novos PHEVs em 2025, deixando clara sua nova estratégia

Se em um primeiro momento muitas fabricantes de automóveis projetaram um futuro totalmente elétrico, dispensando os motores a combustão, isso se mostrou inviável. Empresas como Mercedes, Volvo e BMW viram que a aceitação do consumidor não acompanhou o planejamento e decidiram voltar a atrás, mantendo os motores a combustão em seus planos.
Agora, foi a vez da Audi desistir de um futuro 100% elétrico tão imediato. A marca anunciou que continuará oferecendo veículos a combustão por mais tempo que o planejado incialmente, afirmando que o mercado ainda não está pronto para um mundo totalmente elétrico.
Durante a Conferência Anual de Mídia da Audi deste ano, o CEO Gernot Döllner afirmou que a empresa não lançará apenas novos modelos elétricos, mas também variantes a combustão e híbridos plug-in por mais uns bons anos.

“Gerenciaremos a produção de nossos últimos veículos com motor de combustão dependendo de vários desenvolvimentos nos mercados mundiais”, disse o executivo.
O planejamento da Audi era lançar a próxima geração do Q7 como seu último modelo com motor a gasolina, coincidindo com o fim do desenvolvimento de seus motores a combustão interna, que se encerra em 2026. A ideia inicial era manter esses veículos no mercado até 2032, quando a empresa se tornaria totalmente elétrica. Mas Döllner jogou a toalha em relação a isso.

Seguindo os passos de suas compatriotas na Mercedes e BMW, a montadora atrasará sua linha totalmente elétrica. E essa mudança faz sentido ao olhar para o mercado atual, já que seus principais rivais manterão os carros a combustão por um bom tempo.
Segundo o CEO, o plano da Audi agora é rejuvenescer sua linha de veículos, trazendo ainda mais opções e, principalmente, versões híbridas.
O executivo confirmou o lançamento da nova geração do Audi Q3 durante o verão europeu, além de uma versão PHEV do A5, que estreia no dia 25 de março. O sedã é um dos dez carros híbridos plug-in que serão lançados pela marca ainda este ano.

O grande foco da Audi a médio prazo estará em modelos PHEV. Segundo Döllner, eles são “uma parte central do nosso portfólio à medida que avançamos em direção a uma gama totalmente elétrica”.
Futuro elétrico e chinês
Apesar desse novo planejamento da Audi ser “contrário” à eletrificação total, a marca segue trabalhando para oferecer mais veículos elétricos nos próximos anos.

No final de 2024, a Audi se juntou à chinesa SAIC para criar uma joint venture somente de carros elétricos, que foi batizada como AUDI. Com o mesmo nome (mas em maiúsculo) e sem as quatro argolas, a nova joint venture tem como objetivo desenvolver modelos apenas para o mercado chinês.
Em conjunto disso, foi apresentado o conceito AUDI E, montado em uma plataforma de 800 V que poderá dar origem a três novos carros até o final de 2027. O primeiro pode ser lançado ainda neste ano, provavelmente em carroceria de perua, assim como o conceito. Os outros dois são um sedã e um SUV, que ainda não foram apresentados pela submarca.
