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VW Logus Wolfsburg foi o auge do primo do Ford Escort

Último fruto da Autolatina, o primo caçula do Ford Escort destacou-se pelo estilo harmonioso e pelo desempenho em números absolutos

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 nov 2023, 11h57
LOGUS WOLFSburg
Logus antecipou o estilo que o Passat exibiria no final de 1993 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Formada em 1986, a Autolatina, aliança entre VW e Ford, resultou em modelos híbridos das escolas alemã e norte-americana: o Volkswagen Logus, de 1993, é um dos melhores exemplos. Sua missão era superar o fracasso comercial do VW Apollo, modelo pouco aceito pelo mercado devido ao fato de ser um simples clone do Ford Verona (ambos frutos da parceria).

Para tanto, o Logus deveria ter personalidade própria mais marcante, com elementos de estilo suficientes para dissociá-lo visualmente do novo Ford Escort, com quem compartilhava a plataforma.

“A Ford não queria fornecer detalhes sobre o Escort europeu de quinta geração e para limitar nosso acesso ao projeto encaminhou o desenho do Logus ao estúdio da Ghia Design”, conta o designer Luiz Alberto Veiga, que trabalhou na Volks de 1976 a 2016.

LOGUS WOLFS CLASSICOS
Encosto traseiro rebatível aumentava espaço do porta-malas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Assim, o departamento de estilo da alemã concorreu com outra proposta apresentada pelas estrelas do estúdio Ghia: os irmãos Ian e Moray Callum. Mas, ao final do processo, a VW escolheu a proposta criada por Veiga e seu chefe, o alemão Wolfgang Winkler, que foi aprimorada em túnel de vento antes da aprovação final do projeto.

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O Logus tinha duas versões de motorização e três de acabamento. A versão de entrada CL vinha com o motor AE-1600 da Ford (de origem Renault), com 1,6 litro, carburador de corpo
duplo e 73,4 cv (movido a gasolina) ou 74,8 cv (movido a etanol). Opcional, o motor VW AP de 1,8 litro da VW trazia comando de válvulas no cabeçote, carburador eletrônico e 85,7 cv.

LOGUS WOLFSburg
Ergonomia e acabamento no padrão Ford, bem superiores aos adotados nos Volkswagen como Gol e Santana (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Item de série nas versões GL e GLS, este motor ainda deixava a desejar: a aceleração de 0 a 100 km/h exigia 13,96 segundos e a máxima era de 167,9 km/h. Apesar de parecer um VW, o Logus reunia todas virtudes e defeitos do Ford Escort: boa ergonomia, ótimo acabamento e uma suspensão que priorizava o conforto em detrimento do comportamento dinâmico.

Um dos pontos mais fracos do projeto original era a rolagem excessiva da carroceria em curvas, problema sanado na Europa com a adoção de uma barra estabilizadora na suspensão dianteira. Uma falha na fixação da barra estabilizadora fazia com que Escort e Logus exibissem um comportamento sobresterçante repentino, colocando motoristas em risco.

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LOGUS WOLFSburg

Atendendo a pedidos, a principal novidade do modelo 1994 foi o motor VW AP de 2 litros, o mesmo que já impulsionava o VW Santana. Com 106 cv, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h caiu para 11,88 segundos e a máxima saltou para 186,4 km/h. A alimentação ainda era realizada pelo anacrônico carburador eletrônico.

A tão aguardada injeção eletrônica chegou apenas no segundo semestre de 1994: com ela o motor VW AP de 2 litros rendia 116 cv, potência suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 10,28 segundos, com máxima de 194,2 km/h. O Logus GLSi era mais rápido e veloz que Gol GTI, Golf GTI e superava até o irmão Pointer GTI.

LOGUS WOLFSburg
Os 2,52 m entre os eixos garantiam espaço adequado para cinco na cabine (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O Logus ingressou em nossa frota, no teste de Longa Duração, em maio de 1993: foram quase dois anos de avaliação para analisar o pós-venda na rede autorizada Volkswagen. Foi aprovado com ressalvas: carroceria, motor, freios e suspensão resistiram bem aos 60.000 km, mas a qualidade da mão de obra especializada e falta de peças em estoque deixaram a desejar.

O encerramento da Autolatina, em 1994, definiu o destino do Logus, que em breve passaria a sofrer concorrência interna do Seat Cordoba e do VW Polo Classic. A última fase do sedã foi iniciada em meados de 1995 com a requintada versão Wolfsburg Edition, que recebia rodas de 14 polegadas, conjunto óptico do VW Pointer e lanternas fumê.

LOGUS WOLFSburg
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
LOGUS WOLFSburg
Rodas exclusivas da versão Wolfsburg (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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No total, pouco mais de 125.000 unidades do Logus foram produzidas em quatro anos, um bom número considerando a falta de interesse tanto da Ford quanto da VW no carro. Exemplares em bom estado de conservação são cada vez mais valorizados por colecionadores, e as unidades da primeira fornada já estão aptas a receber a placa preta de coleção.

LOGUS WOLFSburg
Motor AP 2.0 fez do Logus o VW mais rápido até a chegada do Gol GTI 16V (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – VW Logus Wolfsburg 1996

Motor: transversal, 4 cilindros em linha, 1.984 cm3, alimentado por injeção eletrônica
Potência: 116 cv a 5.500 rpm
Torque: 17,4 kgfm a 3.500 rpm

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Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: fechada, 2 portas, 5 lugares
Dimensões: comprimento, 428 cm; largura, 169 cm; altura, 138 cm; entre-eixos, 252 cm; peso, 1.115 kg
Pneus: 185/60 R14

Teste

Quatro Rodas 409
(Reprodução/Quatro Rodas)

Agosto de 1994

Aceleração: 0 a 100 km/h, 10,28 s
Velocidade máxima: 194,2 km/h
Consumo médio: 11,29 km/l
Preço: R$ 22.255 (abril de 1996)

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