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Raríssimo, Ford Escort JPS tinha motor turbo e era mais rápido que os XR3

Bem construído, o Escort JPS tinha personalização desenvolvida pela SR, que tornava o turbocompressor um opcional quase obrigatório

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
13 set 2025, 18h05
FORD ESCORT JPS
Frente baixa e faróis escamoteáveis, como nos Porsche 924 e Honda Integra (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Primeiro carro mundial da Ford, o Escort de terceira geração foi projetado por engenheiros europeus e norte-americanos. Quando chegou ao Brasil, em 1983, trouxe  avanços como motor transversal, suspensão independente nas quatro rodas e notável aerodinâmica. Foi a base perfeita para a SR Veículos Especiais, que logo apresentou o Escort JPS (John Player Special).

Notória pela presença na Fórmula 1, a marca JPS  era representada no Brasil pela Companhia de Cigarros Souza Cruz: o preto e dourado dos maços foram replicados na pintura preta com filetes dourados, que marcou a conquista do primeiro campeonato mundial de Emerson Fittipaldi, em 1972. Além da pintura, o Escort também recebia rodas e grade dianteira exclusivas, defletor dianteiro, saias laterais e aerofólio traseiro duplo.

FORD ESCORT JPS
Rodas eram exclusivas do modelo JPS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A SR, por sua vez, originou-se da concessionária paulistana Souza Ramos, reconhecida pelo desenvolvimento da versão perua do Ford Maverick. Fundada por Eduardo de Souza Ramos, a SR consolidou sua reputação com o desenvolvimento do Ford Corcel Hatch e pelo capricho na transformação dos utilitários F-100 e F-1000 em picapes de cabine dupla.

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Era o que havia de melhor em tempos de petróleo caro e mercado fechado aos importados. O próprio Escort foi uma vítima da recessão econômica: no lugar do motor CVH europeu ele recebeu o pacato CHT, com comando de válvulas no bloco, evolução do motor que o Corcel já usava havia 15 anos. Mesmo apimentada, a versão esportiva XR3 era limitada pelos 83 cv.

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FORD ESCORT JPS
Teto solar era um opcional quase obrigatório nos Escort XR3 da época (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O segredo do Ford Escort JPS estava no turbocompressor Garret, que operava a 0,5 bar de pressão para gerar estimados 100 cv a 5.600 rpm – superior aos 97 cv do XR3 europeu. A potência extra resultou em ganho expressivo no desempenho: o 0 a 100 km/h baixava de 14,34 segundos para 10,97 s e a máxima saltava de 164,76 km/h para 177,77 km/h.

“A taxa de compressão de 12:1 e a baixa pressão do trabalho resultavam em uma entrega de potência suave e linear”, lembra o jornalista Emilio Camanzi. “O turbo entrava em funcionamento entre 2.500 e 3.000 rpm e atingia a pressão máxima a 4.000 rpm, sem comprometer o consumo de 6,59 km/l de etanol na cidade e 11,47 km/l na estrada.”

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FORD ESCORT JPS
A mítica sigla JPS, sempre associada aos carros Lotus na Fórmula 1 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O problema nem era o valor do kit turbo, equivalente a R$ 16.622 de hoje, o desafio estava em recalibrar um motor alimentado por carburador e com um sistema de ignição tradicional, com atenção especial à curva de avanço do distribuidor. A bomba de combustível também precisou ser alterada para garantir o maior volume exigido com o uso do turbo.

Entre os acessórios oferecidos pela SR estavam o limitador de rotação (a 6.100 rpm), manômetro de pressão do turbo e trocador de calor para o óleo lubrificante, inexistente nas versões mais simples do Escort e indispensáveis frente à ausência do manômetro de pressão e do termômetro do óleo. Superdimensionados, suspensão e freios permaneceram inalterados.

FORD ESCORT JPS
O acabamento da Ford estava entre os melhores da época (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A SR logo percebeu que muitos de seus abastados clientes pagariam ainda mais por um Escort de visual realmente diferenciado. Foi então que a empresa desenvolveu uma dianteira completamente nova, com capô mais baixo e faróis escamoteáveis. O visual agressivo era reforçado por para-lamas alargados e novo desenho do para-choque e aerofólio traseiros.

O Escort JPS redesenhado foi novamente testado, agora sem o kit turbo. Os 89 kg a mais dos apêndices aerodinâmicos representavam um ganho de peso de 10% e comprometeram o desempenho: o 0 a 100 km/h era realizado em 16,85 segundos e a máxima caiu para 151,89 km/h. O novo perfil aerodinâmico melhorou o consumo acima dos 100 km/h.

FORD ESCORT JPS
Conta-giros foi desenvolvido para ser lido com visão periférica (Fernando Pires/Quatro Rodas/Quatro Rodas)
FORD ESCORT JPS
Instrumentos adicionais eram oferecidos separadamente (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O kit turbo foi aprimorado com adição de um intercooler. A usinagem do cabeçote diminuiu a taxa de compressão para 10,5:1 e permitiu o aumento na pressão do turbo para 0,6 bar, resultando em 120 cv e 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos. A oferta do kit JPS para o Escort foi encerrada pouco antes da reestilização do modelo para 1987: a SR passou a se dedicar, então, aos utilitários Ford, de maior valor agregado.

Ficha Técnica – Ford Escort JPS 1985

Motor: transversal, 4 cilindros em linha, 1.555 cm3, carburador de corpo duplo
Potência: 74 cv a 5.200 rpm
Torque: 12,2 kgfm a 2.400 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Dimensões: comprimento, 397 cm; largura, 164 cm; altura, 132,4 cm; entre-eixos, 240,2 cm
Peso: 994 kg
Pneus: 185/60 HR 14

QUATRO RODAS ed-0300
(Reprodução/Quatro Rodas)

Teste do Ford Escort JPS – Julho de 1985

Aceleração
|0 a 100 km/h: 16,85 s
Velocidade Máxima
151,89 km/h
CONSUMO (etanol)
Urbano: 8,97 km/l
Rodoviário: 12,54 km/l

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