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Última Semana: Revista em casa por 9,90

Primeiro Aero Willys era sedã com resistência de Jeep nos anos 1960

Malsucedido nos EUA, o compacto da Willys foi um dos modelos mais importantes na consolidação da indústria automobilística brasileira

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 ago 2025, 11h24
AERO WILLYS
Os pneus com faixa branca eram opcionais raramente pedidos: não faziam sentido em um Brasil com muita terra e pouco asfalto (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A norte-americana Kaiser-Frazer Corporation foi fundada em 1945 e sua influência em nosso mercado teve início em 1953 com a aquisição da Willys-Overland: a filial brasileira estava prestes a produzir o Jeep e mais tarde iniciaria a produção do Renault Dauphine e do Aero-Willys.

Idealizado pelo engenheiro Clyde Patton e pelo projetista Philip Wright, o Aero foi um dos projetos mais ambiciosos da Willys-Overland e foi lançado em 1952 com carrocerias monobloco (como nos aviões, daí o nome Aero) de duas e quatro portas. Disputaria mercado com Nash Rambler, Kaiser Henry J e Hudson Jet, modelos bem menores que os oferecidos pela General Motors, Ford e Chrysler.

AERO WILLYS
No modelo brasileiro, as luzes de ré eram apenas decorativas: não havia lâmpadas ou fiação (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O fato é que o mercado americano não estava preparado para modelos tão compactos: Hudson Jet e Kaiser Henry J saíram de linha em 1954, seguidos por Nash Rambler e Willys Aero no ano seguinte. A estratégia foi encerrar a produção de automóveis nos EUA e transferir o ferramental para a América do Sul.

Foi em 1958 que o Kaiser Manhattan se tornou o Kaiser Carabela, primeiro automóvel de passeio produzido pela Industrias Kaiser Argentina. E foi em 25 de março de 1960 que o Aero-Willys se tornou brasileiro pelas mãos da Willys-Overland.

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Seus principais concorrentes foram o belíssimo Simca Chambord (derivado do Ford Vedette francês) e o sofisticado FNM JK 2000 (variação do Alfa Romeo 2000 italiano). Mesmo sem a beleza do Simca e o avanço tecnológico do FNM, o Aero se destacou pela confiabilidade mecânica e pelo apoio da rede com quase 300 concessionários espalhados pelo Brasil.

Muito simples, o motor de seis cilindros e 2,6 litros rendia parcos 90 cv, mas entregava bom torque em baixa rotação. O câmbio manual de três marchas era acionado por uma alavanca na coluna de direção, que não era assistida. Ia de 0 a 100 km/h em 17,8 s e chegava aos 128,1 km/h. A suspensão dianteira independente era um dos poucos refinamentos técnicos.

AERO WILLYS
Acabamento interno era referência para a época. Quadro de instrumentos circular trazia apenas o essencial (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Viajar de Aero Willys era a certeza de chegar ao destino: em 1960, a malha rodoviária era concentrada nas regiões Sul e Sudeste, quase inexistente na Região Norte e com poucas extensões até a capital, Brasília, e o estado da Bahia. Simca Chambord e FNM JK muitas vezes sucumbiam nas estradas por onde o Aero passava incólume.

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A boa altura livre do solo colaborava na transposição de vias sem pavimentação. A carroceria de quatro portas desfrutava da ótima visibilidade proporcionada pela grande área envidraçada e poderia ter pintura em dois tons. Foi muito usado como carro familiar, sedã executivo e táxi. Comum na época, o banco dianteiro inteiriço permitia o transporte de seis ocupantes e o porta-malas comportava cerca de 679 litros.

AERO WILLYS
Os 2,74 metros entre os eixos proporcionavam bom espaço para seis ocupantes: o compacto norte-americano era um médio-grande para os padrões brasileiros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O acabamento interno era superior ao da maioria dos fabricantes nacionais. A vedação da carroceria foi um dos poucos pontos fracos, permitindo a infiltração de água e pó.

Mesmo sem oferecer câmbio automático e direção assistida (como o Aero norte-americano), ele logo ganhou o apelido “Jeep de fraque”. Líder de mercado, sofreu alterações importantes no modelo 1962: as rodas recebiam janelas de ventilação e as calotas deixavam de ser integrais.

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Não havia mais pintura em dois tons, os frisos laterais da carroceria agora traçavam uma linha reta e o ornamento sobre o capô foi eliminado. O interior também foi remodelado, com novos bancos e forrações de porta.

Foi quase uma despedida do modelo, prestes a ser substituído por um novo completamente redesenhado pelo departamento de estilo da Willys-Overland do Brasil. Foram comercializadas pouco mais de 23.000 unidades dessa primeira fase do Aero-Willys: destas, poucas remanescem e um número ainda menor resiste em condições de uso.

AERO WILLYS
O valente motor de seis cilindros em linha era o mesmo do Jeep (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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AERO WILLYS
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – Aero Willys 1960

Motor: longitudinal, 6 cilindros em linha, 2.638 cm3, alimentado por carburador de corpo simples
Potência: 90 cv a 4.000 rpm
Torque: 18,77 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: manual de 3 marchas, tração traseira Carroceria: fechada, 4 portas, 6 lugares
Dimensões: comprimento, 463,8 cm; largura, 182,8 cm; altura, 159,3 cm; entre-eixos, 274,3 cm
Peso: 1.438 kg
Pneus: 6,50 x 15 diagonais

Teste

ED19
(Reprodução/Quatro Rodas)

Fevereiro de 1962
ACELERAÇÃO 0 a 100 km/h: 17,8 s
VELOC. MÁX. 128,1 km/h
CONSUMO Médio 7,7 km/l
PREÇO Fevereiro de 1962:
Cr$ 1.187.000

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