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Fiat Coupé tinha plataforma do Tipo e até Michael Schumacher teve um

Mesmo no vermelho, o tradicional fabricante italiano foi capaz de criar um automóvel belo, rápido e veloz

Por Felipe Bitu
1 jan 2024, 12h22
O Fiat Coupé tinha linhas criadas por Chris Bangle (Xico Buny/)
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A Fiat tem em seu currículo alguns belos cupês, reconhecidos pelo arrojo e esportividade. Otto Vu, 1900 B Granluce, 1500 Coupe, 2300 S, 124 Sport Coupé, 130 Coupe e Dino 2400 são exemplos de modelos que povoaram os sonhos dos aficionados por Alfa Romeo, Lancia, Maserati e até Ferrari – muitos deles desenvolvidos em conjunto com estúdios de estilo italianos. É o caso do Fiat Coupé, que surpreendeu o mundo no Salão de Bruxelas de 1993.

A ordem para retomar a produção de um cupê veio de Paolo Cantarella, executivo que anos mais tarde viria a assumir a presidência mundial da Fiat. No começo dos anos 90, apesar do sucesso do Panda, Uno e Tipo, as vendas no mercado italiano haviam caído mais de 25% em apenas dez anos. Os desenhistas Nevio di Giusto e Chris Bangle sabiam que a direção da empresa assumira um enorme risco e que por isso deveriam criar um automóvel realmente marcante.

Não parece, mas o Coupé era baseado no Tipo
Não parece, mas o Coupé era baseado no Tipo (Xico Buny)

Baseado sobre a plataforma do hatch Tipo, o Coupé marcou época com seus faróis carenados, lanternas traseiras circulares, maçanetas das portas ocultas nas colunas e tampa do bocal de combustível inspirada em antigos carros de competição. Outro detalhe eram os para-lamas, definidos por vincos nas laterais.

O magnífico trabalho também foi muito celebrado por um motivo especial: era o primeiro cupê da casa de Turim desde a década de 70.

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O interior tinha grife. Era assinado pelo renomado estúdio Pininfarina, responsável pela produção artesanal do modelo. O destaque de estilo estava na faixa no painel e laterais de porta pintadas na cor da carroceria – cuidado que conferia uma atmosfera retrô, típica dos anos 60. Entre os opcionais estavam ar-condicionado, teto solar e bancos de couro. Cerca de 80 unidades deixavam a lendária fábrica de Grugliasco diariamente.

Inspirado no Fiat Dino Spider, o capô escondia um conhecido: denominado Motore Bialbero Lampredi, o motor de quatro cilindros, duplo comando e 16 válvulas era similar ao do Tempra nacional e rendia 139 cv, o suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e alcançar 208 km/h. Essa versão foi importada pela Fiat entre os anos de 1995 a 1997.

O design do interior era da Pininfarina
O design do interior era da Pininfarina (Xico Buny)
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A versão mais interessante era a Turbo 16V. Seu motor era o mesmo do Lancia Delta Integrale, calibrado para render 195 cv. Avaliado em setembro de 1994, o Coupé Turbo precisou de apenas 7,5 segundos para acelerar da imobilidade aos 100 km/h, graças ao diferencial autoblocante Viscodrive. Tinha fôlego para chegar aos 225 km/h: para contê-lo, freios a disco nas quatro rodas, com ABS.

O motor 1.8 16V de 130 cv foi adotado em 1996, mantendo praticamente os mesmos números de desempenho da antiga versão de aspiração natural. Novos motores de cinco cilindros (do Marea, conhecidos no Brasil como Fivetech) foram oferecidos a partir de 1997, com melhora substancial em ambas as versões. O 20V aspirado de 147 cv acelerava de 0 a 100 km/h em menos de 9 segundos e sua velocidade máxima superava os 210 km/h.

A sensação era o 20V Turbo: seus 220 cv o levavam a 240 km/h e de 0 a 100 km/h em cerca de 6 segundos. A concorrência não se limitava a VW Corrado, Rover 220 ou Opel Calibra: o mais possante dos Fiat Coupé foi capaz deofuscar grandes rivais como Boxster, SLK e andava lado a lado do britânico Aston Martin DB7.

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O visual externo que contempla o teto solar elétrico foi obra do Centro Stile Fiat
O visual externo, que contempla o teto solar elétrico, foi obra do Centro Stile Fiat (Xico Buny)

Apresentada em 1998, a versão Limited Edition trazia pinças de freio Brembo, apêndices aerodinâmicos na carroceria, botão de partida, barras deamarração do monobloco e bancos Recaro. A transmissão manual de seis marchas o levava aos 250 km/h. Cada unidade recebia uma placa numerada próxima ao retrovisor interno. No mesmo ano, o Coupé 20V ganhou coletor de admissão variável, saltando de 147 para 154 cv.

Para atender aos entusiastas que não puderam adquirir um Limited Edition, a Fiat desenvolveu o 20V Turbo Plus. Era praticamente idêntico – a diferença se limitava aos emblemas. Desde então, poucas alterações foram feitas até setembro de 2000, quando a última unidade deixou a linha de produção. Ao todo, foram 72.762 Coupés, carinhosamente chamados por muitos como a “Ferrari de tração dianteira”. 1.124 deles vieram parar no Brasil.

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Onde estará?

Ninguém sabe ao certo quantas unidades do Coupé Limited Edition foram produzidas, mas difundiu-se a lenda de que o exemplar cinza, de número 0001, pertenceu a Michael Schumacher. Questionado, o então piloto da Ferrari afirmou que realmente teve um Fiat Coupé LE, mas vermelho.

Ficha técnica – Fiat Coupé 1996

  • Motor: 4 cilindros em linha de 2 litros, 139 cv a 6.000 rpm, 18 mkgf a 4.500 rpm
  • Câmbio: manual de 5 marchas
  • Dimensões: comp., 425 cm; largura, 177 cm; altura, 136 cm; entre-eixos, 254 cm; peso, 1.250 kg
  • Desempenho: 0 a 100 km/h de 9,2 s; velocidade máxima de 208 km/h
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