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Toyota MR2 era esportivo com motor central barato e divertido

Primeiro japonês com motor central produzido em larga escala, o Toyota MR2 mostrou que o prazer ao volante estava ao alcance de todos

Por Felipe Bitu
3 fev 2024, 12h20
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  • Primeira geração tinha motor 1.6 de 130 cv
    Junto com o Mazda MX-5, ele foi um ícone dos esportivos japoneses baratos e divertidos (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Até o começo dos anos 80, a Toyota era lembrada pela funcionalidade de seus carros. Sua linha era composta basicamente por sedãs e utilitários, conhecidos pelo padrão de qualidade e eficiência.

    Foi só em 1984 que o fabricante nipônico associou sua imagem a um automóvel popular e com boas doses de prazer ao volante: o cupê MR2.

    Antes dele, as noções de desempenho da Toyota eram baseadas em motores dianteiros de seis cilindros, presente nos esportivos 2000 GT (1967) e Celica Supra (1978).

    Mas a pretensão do MR2 era mais racional: apresentado em 1981, o protótipo SA-X definiu o esquema do motor transversal posicionado atrás dos dois ocupantes, com tração traseira.Era praticamente a mesma configuração mecânica adotada pelos europeus Fiat X1/9 e Matra Bagheera, mas um conceito ainda inédito entre os fabricantes japoneses.

    O Midship Runabout 2, daí o MR2, tinha o motor central e dois lugares
    O Midship Runabout 2, daí o nome MR2, tinha motor central e dois lugares (Xico Buny/Quatro Rodas)
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    As linhas definitivas foram exibidas no Salão de Tóquio de 1983: com poucos retoques, o conceito SV-3 logo entrou em produção, adotando motor e câmbio do Toyota Corolla de quinta geração.

    Denominada W10, a primeira geração tinha 3,95 metros e pouco mais de 1 tonelada, favorecendo o quatro cilindros de 1,6 litro com 16 válvulas e injeção eletrônica, rendendo 130 cv e 14.8 mkgf.

    Motor 1.6 com 16V rendia 130 cv e 14,8 mkgf
    Montado atrás dos ocupantes, motor 1.6 com 16V rendia 130 cv e 14,8 mkgf (Xico Buny/Quatro Rodas)

    A potência era menor nos EUA e na Europa, mas o comportamento neutro proporcionado pelo motor entre os 2,32 metros de entre-eixos encantou o público e a imprensa especializada.

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    Simples e eficiente, a suspensão independente McPherson era usada nos quatro cantos e exigia pouco dos pneus 185/60 R14: era difícil levá-lo ao limite da aderência, pois sua estabilidade estava acima da capacidade dos motoristas comuns. O equilíbrio do conjunto era reforçado pelos discos de freio nas quatro rodas.

    Havia dois pequenos porta-malas: um dianteiro e outro após o cofre do motor
    Havia dois pequenos porta-malas: um dianteiro (foto acima) e outro após o cofre do motor (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Seus rivais eram o Fiat X 1/9, Pontiac Fiero, Subaru XT e Mazda RX-7. A Toyota oferecia transmissão automática, bancos de couro e teto com painéis removíveis para emular um conversível. Imbatível nas acelerações, a versão Supercharged recebeu um compressor para chegar a 145 cv e assim marcar a despedida da primeira geração.

    Apresentado em 1989, o MR2 de segunda geração (W20) tinha o vi­sual mais harmônico de todos. Maior e mais pesado, recebeu novos motores de 2 litros, com potência variando de 138 cv (aspirado) a 221 cv (turbo), dependendo do mercado.

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    Seu principal concorrente era o Mazda MX-5. O arisco MR2 era um desafio: o motor central exigia habilidade para evitar saídas de traseira. O modelo 1993 recebeu modificações na suspensão e direção para torná-lo mais neutro.  ABS, controle de tração e airbags logo entraram na lista de opcionais.

    Interior simples e funcional
    Posição de dirigir baixa, com comandos satélites e alavancas de freio de mão e câmbio bem próximas (Xico Buny/Quatro Rodas)

    A oferta no mercado norte-americano foi encerrada em 1995, mas a segunda geração continuou a ser produzida até 1999 para os mercados japonês e europeu, apesar da queda na demanda. Para recuperar o apelo do MR2, a Toyota redefiniu a terceira geração (W30) na forma de um conversível.

    O nome mudava em função do mercado: MR-S no Japão, MR2 Spyder nos EUA e MR2 Roadster na Europa. Com 3,88 metros de comprimento, era o menor e mais leve MR2 até então, mas o aumento na distância entre os eixos para 2,45 metros melhorou a estabilidade. Havia apenas uma opção de motor: um quatro cilindros de alumínio, 1,8 litro e 138 cv.

    Entradas de ar para o motor ficam nas laterais
    Entradas de ar para o motor ficam nas laterais (Xico Bunny/Quatro Rodas)
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    Com exceção do teto, continuava o mesmo carrinho divertido e acessível, sobretudo com a transmissão manual oferecida em 2002. O modelo americano foi vendido até 2005 e os demais mercados o comercializaram até o fim da produção, em 2007.

    Há rumores de que o MR2 pode voltar: a Toyota deu a entender que há espaço no mercado para ele e o novo Supra – modelos que fariam companhia ao aclamado GT86.

    Ficha técnica – Toyota MR2 1988

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