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Cadillac DeVille, um cupê de 2 toneladas com motor de 8 litros

Impulsionado por motores enormes, o exagerado Cadillac Coupe DeVille trazia uma generosa dose de requinte e desempenho

Por Felipe Bitu
15 jun 2024, 12h00
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    São 3,3 m de entre-eixos, 2 m de largura e quase 6 m de ponta a ponta (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O Cadillac Coupe DeVille surgiu em janeiro de 1949 no evento Transportation Unlimited Autorama e fez tanto sucesso que a GM iniciou a produção no mesmo ano.

    O protótipo evoluiu para tornar-se o primeiro hardtop da Cadillac, carroceria caracterizada pela ausência da coluna B e parecida com a de um conversível com a capota fechada.

    Era a versão mais esportiva e harmoniosa da Série 62, com espaço para seis ocupantes e interior de couro. Sob o capô, o novo V8 de 5,4 litros com válvulas no cabeçote e 160 cv.

    Inscrito nas 24 Horas de Le Mans de 1950, o DeVille chegou em décimo lugar após superar carros muito mais rápidos e velozes. Apesar do bom desempenho, um dos opcionais mais desejados era o câmbio automático Hydra-Matic.

    Maior, mais baixo e mais largo, o Coupe DeVille 1954 superou a marca das 2 toneladas, o que fez seu V8 crescer para 6 litros e 285 cv em 1956. A carroceria ficou ainda mais baixa em 1957, graças ao novo chassi em X.

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    Traseira faz discreta referência aos rabos de peixe dos anos 50 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O Coupe DeVille tornou-se um modelo independente em 1959 com os enormes rabos de peixe do designer Bill Mitchell e opcionais como piloto automático, suspensão a ar, ar-condicionado e o Autronic Eye, um comutador automático do farol alto/baixo.

    Para mover suas 2,2 toneladas, o V8 cresceu para 6,4 litros e atingiu 345 cv com três carburadores em 1960.

    Bem mais discreta, a segunda geração estreou em 1961 com 7 litros e ganhou carroceria conversível em 1964.

    Os rabos de peixe foram eliminados em 1965: a terceira geração marcou o retorno do chassi perimetral e os contemporâneos faróis sobrepostos. O estilo seria revisto novamente em 1967 e um novo V8 de 7,7 litros e 375 cv foi adotado no ano seguinte.

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    A quarta geração, em 1971, foi o ápice: beirou os 6 m de comprimento. Foi o primeiro carro americano a vencer a Cannonball Run, corrida clandestina com mais de 4.500 km da costa leste à oeste dos EUA.

    Produzido em 1973, o modelo destas fotos, da consultoria Ofuscando, foi o último Coupe DeVille hardtop. Para 1974, veio o Air Cushion Restraint System, pai dos atuais airbags.

    Um ano depois, foram faróis retangulares e o V8 de 8,2 litros e 210 cv (potência líquida), um dos maiores já usados num carro de série. A injeção eletrônica tornou-se opcional, mas o preço cada vez maior da gasolina fez o DeVille mudar bastante em 1977.

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    O enorme capô abriga um gigantesco motor V8 de 7,7 litros com 223 cv de potência (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A quinta geração foi baseada num dos últimos trabalhos de Bill Mitchell, mantendo o estilo básico numa carroceria menor e 300 kg mais leve.

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    A inovação mais curiosa para 1979 foi o V8 de 5,7 litros a diesel feito pela Oldsmobile, mas a segunda crise energética forçou a Cadillac a oferecer um V6 em 1980, fornecido pela Buick.

    Em 1984, a sexta geração foi a primeira com motor transversal, tração dianteira e suspensões independentes. Bem menor (4,95 m), pesava 1.600 kg e trazia um V8 de bloco pequeno ou um V6 a diesel.

    A eletrônica estava no freio ABS e na suspensão inteligente Computer Command Ride.

    O DeVille 1993 foi o último cupê de seis lugares e duas portas: parte do seu público foi para o Cadillac Eldorado ou rivais como Lincoln Mark VIII e Mercedes C 140.

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    Luxo para 6 pessoas: muito couro e apliques imitando jacarandá (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    A série DeVille continuou como um sedã de quatro portas até 2005, mas sem o sucesso do tempo em que a Cadillac se definia como o “padrão para o mundo”.

    Ficha técnica – Cadillac Coupe DeVille 1973

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