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Agile ajudou a Chevrolet a sair do sufoco e usado parte dos

Espaçoso e bem equipado, ele era um degrau acima dos populares, mas pecou no acabemento e consumo

Por Felipe Bitu
Atualizado em 23 fev 2025, 13h54 - Publicado em 16 jan 2014, 17h28
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O Agile surgiu na virada da década para ajudar a tirar a GM do sufoco agravado pela crise econômica de 2008. Os engenheiros readequaram uma antiga (mas confiável) plataforma e adicionaram vários itens de série e a nova identidade da marca: a ampla grade dividida. Apesar de controverso, o estilo não deteve seu sucesso: o público encantou-se com o generoso espaço interno, a posição elevada do motorista e o porta-malas de 327 litros. Piloto automático, computador de bordo e acendimento automático dos faróis massagearam o ego de quem dava adeus aos populares: brigava de frente comVW Fox e Renault Sandero.

Impulsionado pelo tradicional 1.4 8V (102/97 cv), ele anda tão bem quanto bebe. A elevada altura do solo encara bem a buraqueira das cidades, sem comprometer a estabilidade. Mas deixa a desejar em acabamento, alto nível de ruído na estrada e detalhes como os pedais malposicionados, o dreno do ar que deixa pingar água na cabine, o porta-malas que só abre com a chave e as eventuais panes na injeção e ignição. Porém não é um carro frágil: resistiu incólume aos 60 000 km do nosso teste de Longa Duração. Apesar de seus pecadilhos, ele é uma ótima compra, pois é difícil achar um modelo tão espaçoso, pouco rodado e equipado por esse preço.

A versão básica é a LT, que tinha ar, direção, banco do motorista com regulagem de altura, limpador traseiro, computador, piloto automático e travas e vidros dianteiros elétricos. Airbag era opcional, mas cuidado: em fevereiro de 2010, o ar e o comando elétrico de travas e vidros deixaram de ser de série. Por isso, o ideal é optar pela versão LTZ, que traz ainda rodas de liga, retrovisores elétricos, faróis de neblina, rádio com Bluetooth e entradas auxiliares, alarme, direção com ajuste de altura e banco traseiro bipartido e dianteiro rebatível. Mas não baixe a guarda: airbag duplo e freios ABS, só como opcionais.

Versão interessante é a Easytronic, da linha 2013, com a evolução do criticado câmbio automatizado da Meriva. Baseado na LTZ, tinha bom custo-benefício: ar, direção, trio elétrico, ABS, airbags, som, computador de bordo e rodas de liga, tudo de série.

FIQUE DE OLHO

As primeiras unidades apresentaram falhas no motor, tão graves que foram alvo da seção Autodefesa por duas vezes (março de 2010 e maio de 2012): apagões repentinos em ultrapassagens e frenagens só são eliminados após a reprogramação do módulo da marcha lenta.

NÓS DISSEMOS Janeiro de 2010

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>> Confira o teste na edição

“Viagem com a família? Além de bom espaço para pessoas e bagagem, você poderá exibir o piloto automático na estrada, discorrer sobre o consumo indicado no computador de bordo ou mesmo encostar num posto para trocar a lâmpada do pisca que deixou de funcionar, depois que o check control lhe avisou. À noite, quando os faróis já tiverem acendido automaticamente, o exibicionismo continuará: com um toque de botão, metade do painel se apaga, deixando iluminado apenas o velocímetro. Tudo isso num carro que nasceu para ser barato.”

Preço dos Chevrolet Agile usados

 

 

PREÇO DOS USADOS (EM MÉDIA) LT 2010: 27 419

Modelo 2011 2012 2013 2014
Chevrolet Agile LT 1.4 MT
Chevrolet Agile LTZ 1.4 MT
Chevrolet Agile LTZ 1.4 Easytronic
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2011: 28 500

2012: 31 607

2013: 33 200

LTZ 2010: 27 997

2011: 29 272

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2012: 32 741

2013: 35 285

PREÇO DAS PEÇAS Para-choque dianteiro Original: 706

Paralelo: 650


Farol completo (cada um) Original: 464

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Paralelo: 380


Disco de freio (par) Original: 491

Paralelo: 90


Retrovisor (cada um) Original: 170

Paralelo: 180

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Pastilhas de freio (dianteiras) Original: 179

Paralelo: 135


Embreagem Original: 674

Paralelo: 390

PENSE TAMBÉM EM UM… Renaul Sandero

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Apesar de não vir tão equipado quanto o Agile, o hatch da Renault é referência em espaço interno, além de oferecer três opções de motorização, todas flex: 1.0 16V (77/76 cv), 1.6 8V (95/92 cv) ou 1.6 16V (112/107 cv), dependendo da versão escolhida. A mais indicada é a intermediária Expression, que já traz direção hidráulica, limpador traseiro e ar quente como equipamentos de série. Além dos três anos de garantia, outra vantagem inegável do Sandero é o câmbio automático de quatro marchas da versão Privilège. Apesar de tecnologicamente antigo, funciona melhor que a transmissão automatizada Easytronic do Agile.

ONDE O BICHO PEGA

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Coxins do motor Problema de fácil solução, geralmente confundido com desgaste da embreagem: quando rompidos, os coxins provocam trepidações nas arrancadas. Uma simples análise visual já identifica o problema.

Ponteira do escapamento Verifique se ela está presente e sem sinais de corrosão aparente: há casos em que ela cai e provoca a concentração de gases quentes no assoalho do porta-malas, fato agravado pela ausência de isolamento térmico no local. Em casos extremos, pode até derreter o revestimento interno.

Ignição Os sintomas do problema no sistema são a luz de anomalia no painel que pisca e as pequenas falhas no funcionamento do motor. O scanner quase sempre indica defeito na bobina, que custa em torno de 500 reais na autorizada.

Easytronic Você optou pelo câmbio automatizado? Antes de fechar negócio, leve o veículo a uma oficina e peça uma avaliação do estado da embreagem, dos atuadores hidráulicos e do módulo eletrônico, que sozinho pode custar mais de 5 000 reais.

Recall Para alguns modelos 2010, pode ser necessária a troca da mangueira de combustível, que pode rachar e provocar vazamento.

A VOZ DA DONA

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“Muito confortável e equipado, o acendimento automático dos faróis e o computador de bordo fazem a diferença no Agile. Mas o acabamento é ruim e a mecânica deixa a desejar: o desempenho é apenas aceitável, o consumo é elevado e ele falha demais sempre que troco o combustível no tanque.”

Tathiana Cristina de Oliveira, 33 anos, executiva de vendas, Cotia (SP) O QUE EU ADORO

“O nível de equipamentos surpreende: piloto automático, computador de bordo, som com Bluetooth e faróis de acendimento automático. E o espaço é ótimo mesmo para pessoas altas.”

Giovanna Vallin, 23 anos, estagiária, Valinhos (SP) O QUE EU ODEIO

“Não gosto do acabamento: muito plástico e é barulhento, especialmente no porta-malas e na tampa do porta-luvas, que não fecha direito. O consumo poderia ser melhor.”

José Tadeu Pereira, 52 anos, gerente comercial, Bragança Paulista (SP)

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