Os erros que os motoristas de carros automáticos mais cometem
Câmbio automático é simples e o sistema já caiu no gosto do brasileiro, mas muitas pessoas repetem alguns vícios que podem ser prejudiciais para o sistema

O câmbio automático já foi um conforto restrito aos carros mais caros, mas hoje eles já se tornaram a maioria. Os automáticos caíram no gosto do brasileiro após evoluções nos sistemas disponíveis e com a maior oferta de modelos.
Porém, apesar de não ser uma tecnologia nova, muitos ainda não sabem exatamente como dirigir um carro automático do jeito correto e acabam cometendo erros que podem comprometer seu funcionamento e até quebrá-lo. E acredite, você não vai querer que isso aconteça, já que a manutenção das transmissões automáticas são mais caras que a dos manuais.
Por isso, separamos algumas dicas e comportamentos que devem ser evitados para garantir que o câmbio automático se transforme em uma dor de cabeça.
Não troque de D para outras posições com o carro em movimento
Uma prática que muitas pessoas fazem ao dirigir um carro automático e que é muito prejudicial ao câmbio: trocar do D para o R enquanto o carro não estiver totalmente parado. Essa prática pode gerar tranco no sistema, o que desgasta seus componentes internos e, com o passar do tempo, podem quebrar a transmissão. Muitos carros, inclusive, inibem essa manobra.

Também sempre certifique-se de que o carro esteja totalmente parado ao colocar em P. Diferente de engatar a ré, essa prática gera uma sobrecarga no pinhão de estacionamento, peça responsável por travar o carro, podendo quebrá-la ou desgastá-la severamente. Se o carro estiver com velocidade mais elevada, há até o risco de acidente grave.
Mudar de D para N com o carro em movimento é menos grave, mas deve ser evitado. Se feito com frequência, a prática pode causar desgaste excessivo nos componentes. Além disso, o motor deixa de auxiliar na frenagem (freio motor), podendo sobrecarregar o sistema de freios. O que nos leva a próxima dica.
Nunca desça serras ou ladeiras em N
Da mesma forma que não devemos utilizar o ponto morto em ladeiras e serras nos carros manuais, também não devemos usar o N nos automáticos.
É um mito que a prática economize combustível, uma vez que os sistemas de injeção são programados para diminuir o fluxo de combustível quando tiramos o pé do acelerador.
E, como explicado anteriormente, em N o carro não usa o freio motor. Isso irá gerar uma sobrecarga no sistema de freios, podendo fazer eles superaquecerem e pararem de funcionar.
O ideal nessa situação é usar o modo manual do carro ou outros alternativos, como L ou S, que permitem que o motor trabalhe em uma rotação mais alta.

Evite fazer o carro pegar no tranco
Mais uma prática comum em carros manuais, mas que pode ser prejudicial aos automáticos. Fazer o carro pegar no tranco repetidas vezes gera um desgaste maior nos componentes do câmbio automático, encurtando sua vida útil.
O recomendado é sempre fazer uma chupeta ou recarregar a bateria por outros meios. Mas se não for possível, jamais faça isso com o carro em D, para não forçar o pinhão de estacionamento. O mais indicado é deixá-lo em N, e quando atingir uma velocidade próxima aos 20 km/h, troque para D.
Fique de olho na manutenção
É verdade que o câmbio automático é mais durável, mas isso não significa que podemos abrir mão da manutenção regular. No geral, os automáticos estão mais sujeitos a erros de operação por parte do usuário.
Outra questão é o óleo lubrificante da transmissão. Apesar de muitas montadoras dizerem que o óleo dura por toda vida útil do carro, por serem lubrificantes de ultrabaixa viscosidade, ainda podem haver outros problemas.
Por exemplo, pode haver algum vazamento ou contaminação no produto. Por isso é importante sempre verificar sua condição durante as revisões programadas. Caso no manual esteja indicado um tempo e/ou quilometragem para a troca do lubrificante, ela deve ser respeitada.
Não exceda a o limite de carga
Essa dica vale mais para os donos de picape. Apesar de exceder os limites de carga não seja recomendado em nenhuma hipótese, essa prática é especialmente prejudicial ao câmbio.
Além dos riscos já conhecidos, o peso em excesso aumenta a carga em cima de diversos componentes do carro, como freios, amortecedores e a transmissão.

No sinal, deixe o carro em D
Se você acha que mudando a posição do câmbio para N vai estar poupando o sistema do desgaste, você está errado.
As transmissões automáticas foram feitas para segurar o carro em Drive em paradas como essa. A maioria, inclusive, tem um modo próprio de operação que inibe que a força do motor em ponto-morto chegue às rodas. Logo, só mude para P ou N se for parar por um período mais longo, acima de cinco minutos, mais ou menos.
Qual a sequência certa para parar um carro automático?

Como há tantos cuidados relacionados à alavanca de câmbio e à posição de marcha, também é importante respeitar a sequência para estacionar o carro e colocá-lo em movimento.
Via de regra, a sequência ideal para parar um carro automático é a seguinte:
- Pisar no freio
- Acionar o freio de mão
- Tirar o pé do freio e deixar o carro se movimentar um pouco
- Posicionar a alavanca em P
Desta forma, o peso do carro passa a ser sustentado pelo sistema de freio de estacionamento e não pelo pinhão de estacionamento, o que levaria a uma carga nos suportes e coxins que sustentam motor e câmbio.
- Tirar a alavanca da posição P
- Colocar a alavanca em N (neutro)
- Soltar o freio de mão
- Colocar em Drive.
O que significa cada letra no câmbio automático
Existem vários tipos de câmbios automáticos, mas todos possuem as seguintes posições universais:
P – do inglês “parking”, utilizada quando o carro está estacionado. Uma vez selecionada, as rodas ficam travadas, impedindo a movimentação do veículo.
D – do inglês “drive”, usada para fazer o veículo se movimentar. As trocas de marcha são realizadas automaticamente ao acelerar, sem a intervenção do condutor.
R – essa posição engata a marcha a ré.
N – posição “neutra”, popularmente conhecida como ponto morto nos câmbios manuais.
Em alguns modelos, existe a posição L, de “low”, que deve ser utilizada quando se necessita de mais força em baixa velocidade, como em uma subida íngreme, ou para acionar o freio-motor em uma descida de serra.
Já outros modelos trazem as posições 1, 2 e 3, que indicam a marcha mais elevada a ser usada pela transmissão. Se for selecionada a posição 2, a transmissão avança apenas até a segunda marcha, por exemplo, seja em uma subida ou em uma descida.
Existem também carros cuja transmissão automática oferece a opção de o motorista realizar as trocas de marcha manualmente. Isso pode acontecer por meio da movimentação da alavanca (para os lados ou para frente e para trás), do acionamento de teclas ou ainda por meio de borboletas no volante.
Seja diante da necessidade de mais força nas subidas, seja para usar o freio-motor em descidas, deve-se usar o controle manual para selecionar a marcha desejada.
Há ainda alguns modelos que contam com uma opção S, de “sport”, que acabam por realizar as trocas de marcha em uma rotação mais elevada, ampliando a utilização da potência do motor e dando uma maior sensação de esportividade.