Gastos com combustível estão entre as maiores despesas de uma viagem. Para minimizar esse custo, em primeiro lugar, você precisa conhecer seu automóvel: esteja familiarizado com as faixas de torque e potência do motor para obter desempenho suficiente com o menor consumo possível.
Se for flex, outra providência é descobrir o rendimento com ambos os combustíveis – não leve em conta só a velha regra dos 70% (“só vale abastecer com etanol se o litro dele não passar de 70% do preço do litro da gasolina”).
A razão é simples: muitos motores são projetados para obter mais rendimento com etanol, superando os 70%. Outros dão privilégio à gasolina e não passam de 65%. Basta olhar os números do Conpet, do Inmetro.
No momento, financeiramente não é vantajoso abastecer com etanol em lugar nenhum do país – nem mesmo em São Paulo, maior produtor e consumidor desse combustível.
Na primeira semana de dezembro, o preço médio da gasolina estava em R$ 3,23, ante R$ 2,48 do etanol, o equivalente a 76,8% do valor do litro do derivado de petróleo. Se o etanol custasse R$ 2,26, ou 70% do preço da gasolina, estaríamos no limiar da tal continha (veja box abaixo).
Considerando esse valor hipotético (R$ 2,26), o dono de um Mercedes A200 teria prejuízo ao usar etanol: o custo por km seria de R$ 0,2379 contra R$ 0,2228 com gasolina. No caso do HB20X, ocorreria o oposto: R$ 0,2598 com etanol, mas R$ 0,2833 com gasolina.
Mas nada disso tem valor se seu comportamento ao volante não ajudar. Evite acelerações bruscas, adiante trocas de marchas (para manter a rotação do motor baixa), antecipe frenagens e evite paradas longas.
Modelo | Consumo km/l (etanol / gasolina) | Rendimento com etanol | Custo por km em R$ (E/G) | Com gasolina a R$ 3,23, prefira etanol se custar até… | Com etanol a R$ 2.26, o prejuízo por litro seria de… |
Kia Picanto | 8 / 10,6 (urbano) | 75,5% | 0,28 / 0,31 | R$ 2,44 | R$ 0,18 |
Renault Sandero | 6,2 / 9,6 (urbano) | 64,6% | 0,37 / 0,34 | R$ 2,09 | R$ 0,17 |
Hyundai HB20X | 8,7 / 11,4 (rodoviário) | 76,3% | 0,26 / 0,28 | R$ 2,47 | R$ 0,21 |
Mercedes A 200 | 9,5 / 14,5 (rodoviário) | 65,5% | 0,24 / 0,22 | R$ 2,12 | R$ 0,14 |
Ajuda do celular
Se você não é muito fã de fazer contas, há aplicativos de celular que podem ajudar muito. Um deles é o Consumo do Carro, que está disponível para Android. Um equivalente a ele para iPhone é o app Consumo. Ambos permitem calcular o melhor combustível de acordo com o rendimento do veículo.
Os aplicativos para monitorar os preços dos combustíveis em postos próximos e dar sugestões de onde abastecer estão em falta: o Gazo, até pouco tempo atrás o mais popular deles, saiu de catálogo. Dá para fazer pesquisas por conta própria, mas lembre-se: evitar trânsito ainda é o que mais ajuda. Para isso, Waze ou Google Maps são as referências do setor.
Antes de ir para a estrada
“Calibre os pneus, faça alinhamento e balanceamento, revise injeção eletrônica e filtros”, diz Antonio Fiola, presidente do Sindirepa. Pneus murchos podem aumentar o consumo em mais de 5%, além de comprometer a segurança.
Carros desalinhados ficam mais difíceis de controlar, aumentam o desgaste dos pneus e pioram o consumo. Filtros sujos levam o motor a trabalhar mais. Por fim, os freios são o item que mais desperdiça combustível, principalmente em situações onde seu acionamento não era necessário – para saber mais sobre a técnica chamada de “slow drive”, clique aqui.
Em alta velocidade, tente manter os vidros fechados. E livre-se do peso desnecessário. Objetos inúteis dentro do carro só diminuem a autonomia. Um detalhe: a mais de 80 km/h, o ar-condicionado traz mais benefícios. Você viaja mais confortável e gasta menos do que se estivesse com as janelas abertas.
Dependendo do tamano do percurso, ir um pouco mais lento – e demorar mais – pode compensar bastante na hora de abastecer. Fizemos até uma reportagem completa explicando a relação entre velocidade e consumo em carros de portes diferentes.