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O que é ADAS e quando é necessário calibrar os assistentes do carro?

Carros modernos saem de fábrica com diversos assistentes eletrônicos para o motorista; veja quando fazer a calibragem dos sistemas ADAS

Por Fernando Miragaya
29 jan 2025, 10h06
Calibração ADAS
Cada marca, modelo e versão tem padrões específicos para a calibragem (Divulgação/Quatro Rodas)
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A democratização da tecnologia nos automóveis é uma maravilha. Se você reparar bem, praticamente todas as categorias de veículos, desde os compactos, oferecem algum tipo de auxílio à condução. Só que tal modernidade também implica em cuidados no pós-venda.

Já para tranquilizar, o chamado ADAS – sigla para “sistemas avançados de assistência ao motorista”, na tradução livre do inglês – não descalibra como um pneu. Tampouco funciona mal como um jogo de velas desgastado. Mesmo que você ande em um campo de testes de mísseis.

Especialistas garantem que tais equipamentos, compostos por radares, sensores e câmeras, foram projetados para suportar as vibrações e desgastes normais do rodar do veículo.

“Não há necessidade de calibração periódica do ADAS porque ele não sofre descalibração com o tempo e com o uso. Ela é eventual na ocasião de um sinistro, como uma colisão, ou de alguma alteração realizada no carro”, explica Flavio Cezario, vice-presidente do Grupo Autoglass, que recentemente lançou um serviço de calibragem desses equipamentos.

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O ADAS pode incluir sistemas de monitoramento do tráfego
O ADAS pode incluir sistemas de monitoramento do tráfego (Divulgação/Bosch)

Pois é, a coisa muda de figura quando o carro se envolve em um acidente. E aqui não falamos só em colisões à beira de uma perda total. Aquela encostada mais forte com o para-choque no meio-fio ou uma pancada na grade já podem afetar o funcionamento dos itens dos sistemas do pacote ADAS.

Na maioria das vezes, os carros equipados com os dispositivos de assistência têm sensores e radares posicionados justamente na grade ou nos para-choques. Eles vigiam os veículos à frente e ao redor para itens como o controle de cruzeiro adaptativo (ACC), alerta de colisão, frenagem de emergência, assistente de faixa etc.

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A quebra ou trinca do vidro, então, é mais complicada ainda para os carros equipados com sensores. É lá que ficam, normalmente, a câmera que faz o monitoramento para os dispositivos e alguns radares.

“As colisões podem desregular os sensores e ocasionar a necessidade de retirada e troca da peça onde ele se encontra, como para-brisa ou para-choque. Ao substituir a peça, é necessário realizar a calibração do ADAS”, explica Flavio.

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VW Touareg R-Line
Monitor de pontos cegos (divulgação/Volkswagen)

A boa notícia é que o próprio sistema de diagnóstico do carro alerta para problemas nos itens de assistência à condução. A má notícia é que, por se tratar de um mercado ainda incipiente, poucas lojas oferecem o serviço.

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O começo do serviço pode ser até simples. A oficina precisa ter um scanner para se comunicar com a central eletrônica do carro e entender o problema e a diagnose.

Mas, para fazer a calibragem, são necessários outros equipamentos, bem mais específicos. E nem mesmo todas as concessionárias de uma fabricante têm tais ferramentas.

“A ‘comunicação de um carro’ depende da montadora e vai existir um software para cada modelo, marca e versão. São equipamentos que precisam de padrões”, explica o engenheiro eletrônico Leimar Mafort, membro da SAE Brasil e especialista em ADAS.

Como é feita a calibragem dos ADAS?

Volvo
Exemplo da cobertura dos radares de um carro (Divulgaçaõ/Volvo)

As calibragens dos sistemas ADAS, como dito, são recomendadas após o reparo ou troca das peças onde os sistemas estão instalados: para-brisa, grade e para-choques, em geral. Antes de executar o serviço, é preciso que o carro passe pelo scanner para ver como tais dispositivos foram afetados.

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Só aí o veículo é colocado de frente para um painel com base fixa. Na parte superior, placas horizontais que servem de referência para as regulagens dos dispositivos. Essas partes, também chamadas targets (alvos), são modulares, ou seja: mudam conforme a marca e o modelo do carro.

O equipamento trabalha ainda com refletores eletromagnéticos. Além disso, no solo, um nivelador digital é fundamental para o posicionamento correto do veículo e na calibragem dos sistemas.

Importante reforçar que esses dispositivos ADAS não pedem manutenção periódica. Até porque o sistema mesmo se autorregula dentro de uma margem de variações mínimas.

“Ao longo da utilização da vida, ele tem um algoritmo de autocalibração que fica o tempo todo monitorando a situação e vê se há algum grau de desalinhamento. Ele mede esses pequenos desvios e compensa até determinado grau. Quando não conseguir compensar mais, ele alerta sobre tais falhas”, diz Leimar.

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Onde estão e para que servem os principais itens do ADAS:

AS Calibração
(Divulgação/Quatro Rodas)

Radar – Funciona por meio de ondas de rádio para monitorar os carros à frente e mandar informações para equipamentos como controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e frenagem autônoma. Geralmente, fica posicionado nos para-choques, na grade ou na barra de impacto – atrás do para-choque.

Lidar – Tecnologia semelhante à do radar, só que mais precisa, pois usa feixes de laser para medir as distâncias e os movimentos à volta. Pode ficar na grade dianteira ou no para-brisa.

Câmeras – Em geral ficam instaladas no para-brisa, próximo ao retrovisor central. São vitais para o funcionamento do ACC e do monitoramento de faixa, entre outros.

Sensores – Em geral ficam nos para-choques e em partes específicas das laterais. Auxiliam no alerta de ponto cego, no assistente de monitoramento de faixa e no Park Assist (de estacionamento semiautônomo), entre outros.

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Onde fazer?

Muitas concessionárias oferecem o serviço, mas é preciso pesquisar. Fora da autorizada, a Autoglass diz que suas lojas já estão capacitadas e com os equipamentos para fazer o serviço, que custa de R$ 300 a R$ 1.000. A empresa estima que 15% de 1 milhão de carros atendidos até o fim de 2024 na rede só para trocas e reparos de vidro já têm algum equipamento do ADAS.

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