O preço de uma lavagem simples pode variar de R$ 10 a R$ 180. Mas, seja nos lugares baratos (principalmente), seja nos caros, é preciso tomar alguns cuidados.
O advogado Sandro Costa que o diga. “Paguei R$ 15 por uma ducha no posto, daquelas que não enxugam o carro e nem passam aspirador, sabe? Quando o carro secou, os riscos no capô apareceram. Tive de gastar R$ 300 para fazer os reparos na pintura.”
De acordo com Gerson Burin, coordenador técnico do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), é preciso ser criterioso na hora de escolher um lava-rápido.
“Antes de autorizar a fazer o serviço, pergunte se fornecem nota fiscal (um indicador da seriedade do estabelecimento). Outro ponto importante é observar a higiene do ambiente, os tipos de pano e os produtos que são utilizados.”
Não tem paciência para esperar o carro ser enxugado? Nesse caso, então, é melhor deixar o veículo sujo mesmo. “Em um dia ensolarado, o uso de químicos pode agredir a pintura e também gerar manchas por evaporação, inclusive nos vidros. Por esse motivo, o ideal é secar o automóvel após a lavagem”, explica Burin.
Para quem gosta de lavar o carro por conta própria, nunca é demais recordar de cuidados simples, como evitar a lavagem com o veículo quente ou debaixo do sol.
“O recomendado é lavar o carro regularmente para manter a boa aparência e preservar a pintura, fazendo uso de uma esponja de espuma e secar com pano de microfibra. Evite também o uso de qualquer produto que contenha químicos fora dos padrões, ou seja, aqueles que não são neutros. Dê preferência a xampu, detergentes ou sabão neutro”, diz o coordenador do Cesvi.
Uma cerinha de vez em quando também vai bem. “O período é difícil determinar, pois depende da quantidade de exposição à chuva e tipo de cera utilizada anteriormente. O recomendável é encerar quando perceber que a pintura não apresenta uma superfície lisa, que tende a expulsar as gotículas de água”, explica Burin.
Limpo até demais
Enquanto uns se preocupam de menos com a limpeza, outros chegam a exagerar na dose. É o caso do engenheiro aposentado Arnaldo Moreira Filho, que aprendeu com o pai a lavar e a ser cuidadoso com o veículo.
“Um dos dois lava-rápidos que utilizo hoje, eu comecei a frequentar por causa dele. São mais de 15 anos lavando no mesmo lugar.”
Apesar da confiança de longa data, Moreira mantém alguns hábitos. “Sempre fico por perto durante a lavagem e participo do processo. Eles lavam e eu enxugo, dou uma batidinha nos tapetes para tirar o pó… sou daqueles clientes ‘chatos’”, brinca.
Outro costume é lavar no meio de semana. Terça ou quarta-feira de manhã são ótimos dias, pois o lava-rápido geralmente está mais vazio e os lavadores, mais atenciosos. “De sexta a domingo, todo mundo quer ter o carro limpo e pelo excesso de clientes o serviço tende a sair com falhas.”
Ao contrário de Sandro Costa, que leva seu veículo para lavar uma vez por mês e olhe lá, Moreira tem uma periodicidade menor. “Lavo quase toda semana no posto e, mensalmente, vou a um outro local de confiança para uma limpeza mais profunda. Como uso o carro muito pouco, faço só um polimento por ano.”
Para quem acha um exagero no zelo com o automóvel, o aposentado garante que já foi pior. “Aos 18 anos, meu Fusquinha 1959 ficava até sem os frisos na hora de encerar e as rodas cromadas sempre estavam brilhantes. Era solteiro, por isso ficava o sábado inteiro cuidando dele.” Comparando Costa com Moreira, em qual dos dois perfis você se encaixa?
VAI AO LAVA-RÁPIDO?
Chegue cedo – Os lavadores tendem a estar com mais disposição, descansados e sem pressa para lavar o carro seguinte.
Uma cerinha vai bem – A lavagem com cera garante um brilho extra à pintura e contribui para que a sujeira não grude com tanta facilidade, protegendo a tinta do carro. A diferença da limpeza simples para a com cera costuma ser de no máximo R$ 10. Vale gastar um pouco mais.
Esteja por perto – Nem sempre é possível, mas estar por perto na hora da lavagem contribui para os lavadores não darem aquela matada. Não se esqueça também de dar uma geral no carro para ver se o serviço foi feito direito.
Lavagem a seco – Tem como diferencial a economia de água e os produtos utilizados. Para uma lavagem completa e sem agredir a pintura do veículo, é importante que o lava-rápido utilize panos especiais, como flanelas de microfibra e esponjas macias, que deslizem pela lataria do veículo. Além disso, é essencial que a empresa trabalhe com no mínimo duas unidades, uma para limpar as rodas e a outra, a lataria. Se tudo foi feito com a mesma esponja ou pano, há a possibilidade de a carroceria ser riscada. Vantagens: é ecologicamente correto, os produtos ajudam na proteção da pintura e a lataria fica com brilho mais intenso. Desvantagens: falta de mão de obra qualificada (pode riscar ou manchar o veículo) e produtos falsos no mercado.
Automático não! – Felizmente, os rolos de lavagem automática estão cada vez mais difíceis de ser encontrados. Mas, se vir um por aí, fuja deles: as escovas mais arranham do que limpam o veículo.
Os riscos do querosene – Produto derivado do petróleo, sua aplicação sobre a pintura e guarnições em geral não
é adequada, pois pode ocasionar reações químicas que irão deteriorar tanto pintura quanto borrachas do carro.
Motor – Segundo Gerson Burin, técnico do Cesvi, a recomendação é evitar a lavagem do motor, principalmente se realizada por pessoas que não têm conhecimento dos componentes eletrônicos que poderão ser afetados. Se puder, inicie a limpeza com um pano seco, para retirar o excesso de poeira, e depois utilize só um pano úmido.
Ordem certa – A lavagem deve começar pelas partes altas, pois são as que menos acumulam sujeira e poeira. Depois, vêm as laterais e por último as regiões baixas. Esse processo evita que o pano fique saturado de sujeiras que podem riscar a lataria.