Instituto Combustível Legal alerta: lubrificantes adulterados causam perdas e colocam segurança em risco
Eles podem danificar o motor, provocar acidentes graves e gerar prejuízos significativos; saiba como identificar e evitar esse problema

Você sabia que, a cada dez lubrificantes vendidos no Brasil, um é adulterado e pode causar sérios danos ao motor do seu carro? O conserto pode custar entre 2 000 e 12 000 reais. O alerta é do Instituto Combustível Legal (ICL), que identificou os primeiros casos desse tipo de fraude no mercado em 2023.
Segundo Carlo Faccio, diretor-executivo do ICL, há três formas mais comuns de adulteração: a ausência de aditivos essenciais, o uso de óleo base reciclado de forma inadequada e a diluição com substâncias inertes.
Essas práticas podem causar a formação de borra, capaz de entupir dutos, danificar pistões e comprometer todo o sistema. A presença de água e ácidos, por sua vez, pode corroer peças internas, como mancais e virabrequim. Em casos mais graves, a obstrução do sistema pode gerar superaquecimento, danificar a bomba d’água e a junta do cabeçote, levando à quebra da correia dentada e até o travamento completo do motor.
Os sintomas começam a aparecer dias após a troca: perda de potência, aumento no consumo de combustível e de óleo, ruídos estranhos e temperatura acima do normal. O que fazer diante desses sinais? “Evite usar o veículo e procure uma oficina de confiança”, orienta Faccio. “Se confirmada a relação com o lubrificante, é necessário substituir o produto completamente, incluindo o filtro, e fazer uma limpeza preventiva caso haja suspeita de borra.”
Mais que prejuízo financeiro — risco à vida
O problema vai além do bolso. Lubrificantes adulterados também representam risco à segurança do motorista e passageiros. O travamento do motor em alta velocidade ou a perda de potência em situações críticas — como ultrapassagens ou subidas — podem causar acidentes graves.
Por isso, atenção redobrada na hora da troca. Desconfie de preços muito abaixo do mercado e evite compras em canais informais. Sempre adquira o produto em revendas oficiais. Verifique se a embalagem está lacrada e se o rótulo contém nome e CNPJ do fabricante, lote de fabricação e o selo de aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No site do ICL, há instruções detalhadas para ajudar a identificar se o produto é autêntico.
Nota fiscal é essencial
Exija e guarde a nota fiscal. Ela comprova a origem da compra e garante seus direitos como consumidor. O site do ICL também oferece um canal de denúncias, além de orientações sobre como agir caso haja suspeita de fraude, em parceria com fabricantes e órgãos reguladores.
Tecnologia a favor do consumidor
Como resposta aos desafios causados pela adulteração, a indústria tem investido no desenvolvimento de lubrificantes de nova geração. Esses produtos contam com aditivos que aumentam a durabilidade de peças críticas e permitem intervalos maiores entre as trocas — o que pode representar uma economia de até 10 000 reais em reparos evitáveis, como a troca de correias, a remoção de borra e retíficas parciais.