VW Golf Variant é perua usada com virtudes de dar inveja a qualquer SUV
Ela não teve o merecido reconhecimento do mercado, mas possui qualidades de sobra: é espaçosa, robusta, potente, estável e econômica
A mexicana Golf Variant foi uma das estrelas no estande da Volkswagen durante o Salão do Automóvel de 2014, suprindo a lacuna deixada pela igualmente notória Jetta Variant. As primeiras unidades desembarcaram em 2015 nas versões de acabamento Comfortline e Highline.
Mais acessível, a Golf Variant Comfortline já agrada pelo nível de equipamentos: são sete airbags, ESP, assistente de partida em rampa, central multimídia com tela touch screen, saída do ar-condicionado no banco traseiro e sensores de estacionamento.
Os opcionais mais desejados são rodas de 17”, computador de bordo, volante multifuncional com borboletas para troca de marchas, cruise control, acionamento automático dos faróis e limpadores de para-brisa e teto solar.
Se você faz questão de bancos de couro, vá direto para a Golf Variant Highline, a favorita do mercado. Vinha também com ar-condicionado digital bizona, cruise control, retrovisor fotocrômico, acionamento automático dos faróis e limpadores de para-brisa, computador de bordo, volante multifuncional e bagageiro na cor prata.
Opcionais: rodas aro 17 (exclusivas), sistema de acesso e partida sem chave, faróis bixenônio, luzes diurnas de led, piloto automático adaptativo, central com tela de 8”, câmera de ré, bancos elétricos e teto solar.
As duas versões são impulsionadas pelo motor 1.4 TSI a gasolina, que rende 140 cv e 25,5 kgfm, mais que suficientes para embalar seus 1.357 kg. O câmbio automatizado DSG de dupla embreagem (7 marchas) ajuda a acelerar de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos e colabora para o consumo de 11,7 km/l (cidade) e 14,8 km/l (estrada).
No modelo 2017, a potência foi a 150 cv em função do novo motor 1.4 TSI flex, mas nem tudo evoluiu: o câmbio DSG foi substituído por um automático convencional de seis marchas, enquanto a excelente suspensão traseira multilink deu lugar a um eixo de torção. O modelo 2018 marcou a despedida da Variant.
A versão mais rara pode ser um ótimo ou um péssimo negócio dependendo do perfil do comprador: é a Comfortline com câmbio manual de seis marchas, oferecida apenas no modelo 2016. O conforto reduzido é compensado por engates firmes e precisos, que garantem muito prazer para quem gosta de dirigir.
Em todas as versões, a VW Golf Variant se destaca pela qualidade do acabamento. Seus 2,63 metros entre os eixos garantem ótimo espaço para cinco ocupantes e o porta-malas comporta 605 litros. Trata-se de um veículo familiar prático, robusto e de manutenção relativamente simples até para reparadores independentes.
Problemas e defeitos da VW Golf Variant
Reprogramação na ECU: Para aumentar a potência, algumas oficinas especializadas remapeiam a central eletrônica do motor 1.4 TFSI para aumentar a pressão de trabalho do turbo. Não vale a pena, especialmente quando o motor trabalha em conjunto com o câmbio DSG.
Câmbio DSG: É conhecido pelo funcionamento ruidoso e também irregular em pisos acidentados. Perda de potência, retenção de marchas e trepidação são ocasionadas por desgaste nas embreagens ou defeito na unidade mecatrônica. O reparo varia de R$ 8.000 a R$ 25.000 (troca do câmbio).
Rodas e pneus: As rodas de 17 polegadas são mais vulneráveis a danos e não é raro encontrar bolhas nas laterais dos pneus. Desgaste irregular é indício de alinhamento fora do padrão, especialmente nas Variant com suspensão traseira multilink.
Teto solar: Oxidação e mofo no forro do teto são indicadores de falhas na vedação. A persiana e o teto devem abrir e fechar de maneira suave e silenciosa. Estalos e trancos são indícios de sujeira ou lubrificação incorreta dos trilhos.
Recall: Modelos 2016 e 2017 com chassi GM514248 a HM511463 foram convocados para atualizar o software da central que controla a iluminação.
A voz do dono
Nome: Gilberto Carvalho
Idade: 39 anos
Profissão: engenheiro
Cidade: Curitiba (PR)
O que eu adoro: “Veículo espaçoso e seguro, com sete airbags. Muito econômico na cidade ou na estrada quando conduzido com calma, mas é difícil: a estabilidade sempre incentiva uma tocada esportiva.”
O que eu odeio: “O torque empurra bem na cidade, mas falta potência na estrada: 20 cv a mais não fariam mal. Os freios perdem eficiência em uso intenso e não há possibilidade de puxar um reboque (a versão alemã pode).”
Preço médio das Golf Variant usadas (tabela KBB Brasil)
Modelo | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 |
Comfortline 1.4 TSI manual | – |
R$ 85.709
|
– | – |
Comfortline 1.4 TSI DSG |
R$ 79.658
|
R$ 85.439
|
R$ 86.866
|
R$ 110.662
|
Highline 1.4 TSI DSG |
R$ 83.620
|
R$ 91.024
|
R$ 93.616
|
R$ 112.673
|
Preço das peças
Peças | Original | Paralelo |
Para-choque dianteiro | R$ 3.540 | R$ 2.230 |
Farol (cada lado) | R$ 7.592 | R$ 3.100 |
Pastilhas de freio (jogo dianteiro) | R$ 685 | R$ 260 |
Disco de freio (par) | R$ 978 | R$ 330 |
Amortecedores (o jogo) | R$ 4.146 | R$ 3.418 |
Nós dissemos
Junho de 2015
“Enquanto o Golf tem capacidade para 313 litros de bagagem, ela leva 605 litros […] . A perua é um pouco mais pesada. […] A direção é direta e a suspensão, firme, embora confortável. A perua acelerou de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos (sempre com gasolina), enquanto o Golf fez o mesmo em 8,6 segundos.”
Pense também em um… HONDA HR-V USADO
Os 2,61 m entre os eixos garantem muito espaço interno. Seu motor 1.8 flex gera 140/139 cv e dá conta dos 1.270 kg com câmbio CVT ou manual de seis marchas. Faz 10,4 km/l na cidade e 13,1 km/l na estrada, tem a confiabilidade da marca e também é fácil de manter em oficinas independentes.