Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Última Semana: Revista em casa por 9,90

Gasolina velha pode arruinar carros híbridos plug-in; veja como evitar problemas

Usar os PHEV no modo elétrico é ótimo, mas requer atenção para não deixar a gasolina envelhecer e comprometer o motor a gasolina

Por João Vitor Ferreira
Atualizado em 9 set 2025, 11h47 - Publicado em 9 set 2025, 11h00
COMPARATIVO | haval h6 phev19 x SONG plus
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Continua após publicidade

Os híbridos plug-in (PHEV) reúnem o melhor de duas tecnologias. Têm motor a combustão, como os carros comuns, mas também motor ou motores elétricos, além de uma bateria grande o suficiente (não tão grande e pesada quanto a dos elétricos puros), que pode ser carregada em uma tomada externa. Esse sistema garante longa autonomia sem depender de um único tipo de energia e também deslocamentos mais curtos gastando apenas eletricidade, que custa bem menos e não polui (na rodagem). Para quem possui um carregador em casa ou tem fácil acesso a carregadores públicos é o paraíso na terra. Mas há que cuidar.

Considerando que as pessoas comuns rodam prioritariamente nas cidades, em deslocamentos curtos, existe a possibilidade de um PHEV consumir apenas eletricidade, o que pode trazer consequências ruins para o motor a combustão, que vive quase parado e queima gasolina que pode estar envelhecida, no tanque.

Assim como outros produtos, a gasolina também tem prazo de validade, que muda de acordo com o tipo de armazenamento. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza um teste em laboratório, onde uma amostra de gasolina automotiva deve resistir a pelo menos seis horas à indução com o oxigênio. Na prática, cada 60 minutos equivalem a um mês do combustível armazenado nos reservatório dos postos sob condições ideais, fora do contato com a luz, o calor e o oxigênio. Dessa forma, ela pode durar até cerca de seis meses armazenada.

Toyota RAV4 PHEV
Os PHEV podem ser abastecidos ou recarregados, só depende do cliente (Divulgação/Quatro Rodas)

Mas nos tanques dos carros, as condições são piores. O combustível tem mais contato com o ar, acumula umidade e fica mais exposto ao calor, não só do ambiente. Toda gasolina que saiu do tanque, pressurizando as linhas de alimentação do motor e não foi utilizada, porque o carro chegou a seu destino e o motor foi desligado, retorna (com temperatura maior) ao reservatório.

Continua após a publicidade

“A gasolina tem características físico-químicas que a fazem começar a deteriorar após algumas semanas. A gasolina parada no tanque começa a evaporar os seus hidrocarbonetos mais leves, ficando a parte mais pesada e perdendo octanagem”, conta o engenheiro Everton Lopes, mentor de Energia a Combustão da SAE Brasil.

Compartilhe essa matéria via:

No caso da gasolina brasileira ainda há um agravante: a concentração de até 30% de etanol (anidro). “Quanto maior o teor de etanol na gasolina, maior a capacidade dela absorver a água do ar ao longo do tempo”, diz o engenheiro da SAE, lembrando que a água em si não prejudica a combustão, até ajuda. “O problema é que a água aumenta oxidação e corrosão de outros componentes do sistema”, afirma Everton. Apesar de ser higroscópico, o etanol dura mais tempo que a gasolina no tanque, porque resiste mais à deterioração. Portanto, esse combustível não seria o principal problema no caso de um PHEV Flex, que ainda não existe no mercado.

Continua após a publicidade

“Fora isso, a gasolina parada por longos períodos gera resíduos, a chamada “goma”, que podem entupir os injetores, por exemplo”, diz o especialista. De acordo com ele, o prazo máximo para se deixar a gasolina no tanque é dois meses, a partir daí a situação começa a ficar mais crítica. E os problemas não são imediatos, mas acumulativos. No início, a goma começa a entupir os injetores, fazendo com que o motor perca potência, já que está recebendo menos combustível. O motorista consegue perceber pelo aumento no consumo.

“A longo prazo, você pode ter corrosão e oxidação do sistema de injeção, que é um ponto bem crítico. Nesse caso você terá que fazer a troca dos injetores, que são itens mais caros, principalmente nos carros modernos com injeção direta. Pode ter também um entupimento do filtro, podendo até fazer o motor apagar de vez”, explica o engenheiro. “Fora outros problemas como a queima da bomba de alta pressão, que é um item bem caro.”

Uma saída para os donos de PHEVs que utilizam o carro majoritariamente na cidade e em modo elétrico é tentar rodar pelo menos uma vez por semana em percursos mais longos, como uma viagem de fim de semana, ou provocando o uso do modo híbrido na cidade. Para isso, basta acelerar o carro de forma mais acentuada nas arrancadas ou rodar em avenidas com velocidade média mais alta. Acima dos 60 km/h o motor a combustão já entra em ação. Mas, pensando no meio ambiente (e no bolso), é um contrassenso usar desse jeito um híbrido feito para poluir menos (e economizar).

Continua após a publicidade
Volvo-T8-engine
Volvo, com motor T8 PHEV, avisa quando a gasolina envelhece (Divulgação/Quatro Rodas)

Uma dica do especialista é se optar sempre por gasolina aditivada. “Os aditivos vão ajudar a manter o motor mais limpo e sua oxidação é menor”, afirma Everton. Apesar dos benefícios, seu “prazo de validade” não é maior. Ela vai continuar sofrendo os efeitos do tempo, porém os aditivos vão atenuar alguns problemas. Por fim, Everton ainda reforça a importância de abastecer em postos de confiança: “No Brasil, temos um problema sério de combustíveis adulterados, que são ainda mais prejudiciais aos motores”.

Pensando nesse problema, algumas fábricas desenvolveram alertas para o vencimento do combustível. Nos Volvo, há três níveis de atenção: o primeiro pede para o motorista acionar o motor a combustão. O segundo alerta e aciona o motor automaticamente. O terceiro aparece quando a quantidade de gasolina velha é pequena e pede que o tanque seja completado com um novo combustível.

Sistemas parecidos são adotados por outras marcas, como a Renault, em seus PHEV vendidos fora do Brasil. Já nas marcas líderes do segmento em nosso país, BYD e GWM, ainda não há nenhum tipo de aviso ou alerta relacionado ao envelhecimento da gasolina no tanque.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas.

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Apaixonado por carros? Então isso é pra você!
Pare de dirigir no escuro: com a Quatro Rodas Digital você tem, na palma da mão, testes exclusivos,comparativos, lançamentos e segredos da indústria automotiva.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 2,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Quatro Rodas impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$35,88, equivalente a R$2,99/mês.