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Fazer seguro de um carro antigo é quase impossível e requer atenção

Carros clássicos são raridade até no seguro, com apólices especiais e tratamento de item de coleção

Por Fernando Miragaya
Atualizado em 5 jan 2025, 18h33 - Publicado em 5 jan 2025, 17h00
Classicos
Belos e com importância histórica, há carros que valem muito e precisam de seguro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Nossa, olha aquele Corvette C1, colocaria na sala de casa.” “Esse Jaguar E-Type merece estar no Louvre.” “Um Aston Martin DB5 que parece uma joia rara.” “Se liga naquele Opala SS, já virou peça de colecionador.”

Volta e meia a gente ouve ou lê algo desse tipo: que determinado automóvel é uma verdadeira obra de arte. E é desse jeito que o setor de seguros trata carros clássicos cujos donos querem fazer uma apólice que proteja esses, digamos, tesouros.

“Geralmente, veículos com 25 anos ou mais são classificados como clássicos. As seguradoras também levam em consideração a relevância do modelo, o estado de conservação e a originalidade das peças do automóvel, como nos casos dos veículos placa preta”, explica Michel Tanam, gerente comercial da Minuto Seguros.

Mas o seguro é tão raro como o carro. Tanto que uma das poucas companhias seguradoras – se não for a única – que a reportagem conseguiu encontrar é justamente especializada em coberturas para itens colecionáveis. Joias, quadros de artistas renomados, esculturas famosas ou históricas e, mais recentemente, carros clássicos.

Carro-bibelô

Já adiantamos que nesse caso de determinadas apólices para veículos clássicos, não adianta querer pegar seu Chevette 75 que você usa todos os dias para ir trabalhar, mesmo que original, para fazer um contrato do nada.

No caso da filial brasileira da Howden, empresa com sede na In-glaterra especializada em seguros de relíquias, um dos pré-requisitos é que o carro seja uma espécie de peça de colecionador.

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“Uma condição é que seja um veículo de coleção. Se ele usa diariamente ou é o carro do dia a dia, pode ser placa preta, mas não é o nosso target. Avaliamos muito bem o segurado, ele tem de ser colecionador”, adianta Ricardo Minc, diretor da filial brasileira da Howden.

A empresa, que atua no ramo de coberturas para joias e pinturas raras – entre outros –, começou a negociar seguros para carros clássicos no Brasil recentemente, no primeiro semestre deste ano. E trata tais apólices como as que cobrem obras de arte.

Cuidado com os terroristas

No caso do automóvel, ele precisa ter mais de 30 anos – há uma categoria de pré-clássicos para veículos entre 20 e 30 anos de uso. Os contratos em geral oferecem a cobertura completa como em um seguro convencional: avarias na carroceria, catástrofes naturais, incêndios, furto, roubo, colisão, danos elétricos.

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Tem as exceções, obviamente, às quais o dono do veículo tem sempre de ficar atento. No caso, esses seguros de carros clássicos não cobrem a deterioração natural, assim como o envelhecimento do bem, além de, eventualmente, atos de terrorismo.

“E claro que existem franquias, para perdas parciais, mas o proprietário tem de ver se vale a pena. Geralmente é uma franquia menor que a de veículos normais”, explica Ricardo Minc.

Chevette
Se você tem um clássico para o dia a dia, é mais difícil encontrar uma seguradora (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Tabela Fipe nem pensar

Para avaliar o bem, um time de inspetores especializados em carros clássicos faz uma avaliação do veículo. Como quem determina o valor do carro nesse caso é o segurado, os profissionais atestam se as cifras condizem com o estado de conservação e importância histórica do automóvel.

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“É preciso ter em mente que as empresas levam em conta fatores como estado de conservação, originalidade e demanda no mercado de colecionadores, sendo mais personalizada em vez de seguir uma tabela-padrão”, ressalta Michel Tanam, da Minuto Seguros.

“Esse consumidor geralmente conhece e sabe o valor do bem dele”, explica o executivo da Howden Brasil.

O valor da apólice, contudo, pode sofrer variáveis. E aqui entra aquele perfil do motorista que qualquer companhia faz. Mesmo que o carro clássico só viaje de plataforma, o nível de utilização e a quantidade de exposições das quais ele participa interferem. Assim como participação em corridas de clássicos ou locação para eventos e filmes.

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Mas e o Chevette 75 do dia a dia?

 Se você considera seu carro clássico, mas gosta de sair e desfilar com ele para lá e para cá, não precisa também trancá-lo na sala de casa para conseguir um seguro. Só que é necessário pesquisar bastante, pois são raras as seguradoras que topam apólices para veículos mais veteranos – aqui, não falamos nem de coleção.

“No momento de um possível sinistro, carros antigos apresentam peças mais caras e reparos mais difíceis de serem encontrados no mercado, que tornam esse tipo de seguro mais complexo, e não são todas as seguradoras que têm a experiência para atender essas necessidades”, diz Michel Tanam, da Minuto Seguros.

cobra
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

A dica aqui é recorrer ao corretor de seguros, que pode buscar entre as companhias alguma que se adéque ao seu carro antigo com mais de 20 anos e com potencial clássico. Mas lembre-se que as coberturas geralmente são específicas, limitadas a determinadas situações e as mensalidades, mais caras.

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É preciso verificar o que o contrato cobre. Proteção contra danos em eventos, roubo de peças raras e assistência especializada são pontos importantes.

“Cobertura para terceiros é uma opção mais barata que o seguro completo, mas não cobre danos ao seu próprio veículo. Tudo depende da forma como o veículo é utilizado”, sugere Michel.

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