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Como não se dar mal comprando um carro automático usado

Nem todo carro automático precisa ter seu óleo de câmbio substituído, mas cada fabricante tem uma regra. E é dirigindo que você pode notar defeitos no câmbio

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 fev 2025, 14h03 - Publicado em 8 fev 2025, 15h00
Cambio automático
 (Divulgação/Chevrolet)
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Vai comprar um carro automático usado ou tem um e está desconfiado do funcionamento dele? Todo o preconceito que existia com o câmbio automático décadas atrás foi superado com a evolução dos sistemas e com sua consequente popularização: já vendem mais que carros manuais no Brasil. Mas qualquer probleminha ainda pode se transformar em grande gasto com manutenção.

A maior fonte de divergências é sobre a troca do óleo do câmbio. Independente do tipo de câmbio automático (convencional, dupla embreagem, ou CVT), alguns fabricantes preconizam a troca do fluido lubrificante interno – que é bem mais caro que o usado em câmbio manual. Mas há transmissões vedadas, livre da substituição do fluido.

O que dizem os principais fabricantes de carros automáticos?

Câmbio automático de seis marchas
Câmbio automático de seis marchas do Volkswagen Virtus (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Quando a troca está prevista, a quilometragem indicada por cada fabricante varia. Os Honda com câmbio CVT, por exemplo, precisam trocar o óleo lubrificante do câmbio a cada 40.000 km ou 36.000 km. A Volkswagen não estipula prazo de troca do óleo do câmbio automático de seis marchas no manual dos seus carros e a Hyundai prevê a troca apenas para uso severo, a cada 100.000 km.

A Chevrolet prevê a troca aos 80.000 km, apenas em caso de uso severo. Na Renault, a troca do lubrificante do câmbio de dupla embreagem EDC está incluída na revisão de 90.000 km. A Nissan define que a troca do fluido do CVT seja feita a cada 100.000 km, mas pode ser antecipada mediante inspeção – feita a cada 20.000 km ou 12 meses. O importante é está atento à recomendação do manual do proprietário.

Honda New HR-V Touring 2023
Honda HR-V: lubrificante do CVT tem ser trocado a cada 60.000 km (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Há casos curiosos, porém: a Toyota só prevê a troca do óleo do câmbio CVT do Yaris a cada 80.000 km se o veículo estiver enquadrado em algum cenário de uso severo, mas a Fiat, que utiliza o mesmo câmbio Aisin, garante que o óleo é sempre For Life, ou seja, não precisa ser substituído – o uso severo obriga apenas uma inspeção visual no câmbio.

Quanto ao câmbio automático, todas as marcas da Stellantis (Jeep, Ram, Peugeot, Citroën, Fiat) tratam seu lubrificante também como “for life“.

cambio asin at6
Câmbio Aisin AT6 é o automático de seis marchas usado pela VW e pela Stellantis (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Logo, não há verdade absoluta quando o assunto é troca de óleo do câmbio. Mas se é preciso trocar o lubrificante, siga a especificação do manual.

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Por outro lado, o funcionamento do câmbio automático indica se sua saúde está em ordem. Do contrário, você mesmo pode perceber alguns sintomas de problemas. Outras verificações precisam ser feitas com a ajuda de um mecânico, conforme indica William Artigiani, da oficina Car13.

Faça um test-drive para perceber os problemas

com o test-drive é possível fazer uma compra com nível de segurança ainda maior
Fazendo test-drive é possível notar alguns sintomas de um câmbio automático defeituoso (Marcelo Spatafora/Quatro Rodas)

Os principais sintomas de um câmbio automático defeituoso são percebidos durante o seu funcionamento. Fique atento às seguintes situações:

Trocas de marcha – os engates devem ser suaves, sem trancos ou atrasos. O carro não pode dar solavancos ao mudar de marcha. Verifique, também, se o câmbio patina, ou seja, se o motor sobe de giro, mas o carro demora para ganhar velocidade.

Ruídos Estranhos – Estalos, zumbidos ou barulhos metálicos ao mudar de marcha podem indicar problemas nos componentes internos. Esses zumbidos também podem ser combinados a uma vibração maior do veículo. São todos sinais de diversos problemas no câmbio automático.

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Modos de Condução e Paddle Shifters –  Teste os diferentes modos de condução que podem estar disponíveis (Normal, Sport, Eco) e veja se respondem corretamente. Se houver trocas manuais (borboletas no volante ou botão na alavanca), verifique se funcionam sem atraso. O não funcionamento do modo sequencial é indicativo de problema em alguns carros, inclusive relatado em seus respectivos manuais.

Luz de Alerta no Painel – Se a luz do câmbio (geralmente um ícone de engrenagem ou “check engine”) estiver acesa, pode ser um sinal de falha não no motor, mas no câmbio do veículo.

Confira o manual – Peça o manual e confira se a troca de óleo do câmbio estão previstas ali e foram feitas no período correto. Se possível, veja notas fiscais ou registros de revisão.

Compass
Câmbio automático do Jeep Compass T270 após 100.000 km: filtro estava saturado de limalha (Renato Pizzuto/Quatro Rodas)

Com a ajuda de um mecânico

Investigações mais profundas exigem a ajuda de um mecânico.

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Óleo do Câmbio – O nível e a coloração do fluido são fundamentais. Fluido queimado (cheiro forte) ou muito escuro pode indicar desgaste interno.

Diagnóstico com Scanner – Antes de fechar negócio, peça para passar um scanner no carro e identificar possíveis códigos de falha.

“Se o carro apresentar qualquer um desses problemas, pode ser um sinal de desgaste no câmbio e um alto custo de reparo”, diz William.
Circuitos do câmbio automático: risco de entupimentos
Circuitos do câmbio automático: risco de entupimentos quando o óleo não é trocado conforme a previsão do fabricante (Acervo/Quatro Rodas)
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Como manter o câmbio automático em ordem

  • Não mova a manopla a todo momento: sempre que a alavanca é movimentada, ocorre o acoplamento das embreagens e freios dentro da transmissão. Mesmo no semáforo, não é preciso tirar do modo D para o N.
  • Mudar posição do câmbio em movimento: outra prática condenada é mudar para as principais posições (P, D e R) com o carro em movimento, pois causa o patinamento dos componentes internos.
  • Estacione do jeito certo: parar totalmente, colocar o câmbio em N (neutro), acionar o freio de estacionamento, liberar o pedal do freio e só então mudar o câmbio para P. Ao sair, o contrário: pise no pedal do freio, retire do P e destrave o freio de mão.
  • Nas ladeiras: ao estacionar em ladeiras é preciso acionar sempre o freio de estacionamento. A posição P funciona como uma trava mecânica e, sem acionar o freio de mão, pode-se acelerar um processo de desgaste de peças do conjunto da transmissão.
  • Sem banguela: descer com o câmbio em N e depois engatar D acelera o desgaste das embreagens internas da transmissão.
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