Descobrir um mecânico de confiança não é nada fácil. Por isso, consultar parentes ou amigos é uma ótima opção, mas nem sempre eles podem indicar um bom profissional onde você mora ou trabalha. Mas não se preocupe. É possível seguir algumas regras para tentar ao menos reduzir os riscos de deixar seu carro nas mãos de um profissional despreparado.
Atendimento
Segundo Luiz Marcos Gonçalves Júnior, analista técnico do Cesvi Brasil, o primeiro contato já pode dar algumas pistas. O ideal é que a oficina tenha um(a) recepcionista, que ao receber a ligação diga o nome do lugar e se identifique. A oficina também deve ter recepção, tanto para veículos como para pessoas.
Funcionários
A próxima etapa é prestar atenção nos funcionários. Gonçalves Júnior diz que numa boa oficina os mecânicos devem ser atenciosos e educados, além de uniformizados.
O diretor do grupo Oficina Brasil, Cássio Hervé, reforça que apresentação é importante, mas lembra que “as aparências podem enganar”. Por isso, recomenda conversar com o atendente ou mecânico, para ver se a boa impressão se sustenta. “Se o mecânico não for claro e objetivo na conversa, não é um bom sinal”, diz.
Descrição dos serviços
Caso resolva pedir um orçamento do serviço, oficinas com boas práticas devem fazer um check list, descrevendo de forma minuciosa o estado em que o veículo chegou. No orçamento deve constar a descrição exata do serviço a ser realizado, com preço de mão de obra e das peças a serem trocadas.
Ambiente
Oficinas não precisam ser iguais a hospitais (embora algumas se assemelhem a eles), mas também não podem ser muito sujas. Ainda que o piso e a parede não sejam imaculadamente brancos, um ambiente limpo é bom sinal. Se não cuidam bem do próprio local de trabalho, talvez não se importem em cuidar do seu carro.
Antes de levar o automóvel para dentro, numa oficina-modelo o mecânico deverá proteger com capas banco, volante, as alavancas de câmbio e de freio de mão, para evitar qualquer resquício de graxa. “É importante verificar se utilizam protetores para não riscar os para-lamas”, aconselha Yutaka Fukuda, da oficina Fukuda Motorcenter. Também é bom que ela seja bem iluminada, pois isso ajuda a “buscar” o defeito em áreas escuras do veículo ou analisar o reparo, no caso da funilaria.
Organização
O analista do Cesvi alerta para o fato de que os equipamentos eletrônicos de teste e as ferramentas devem ficar em locais específicos, de forma organizada. Um carrinho de ferramentas não deve atrapalhar o acesso ao banheiro, por exemplo.
Processo
No que se refere a serviços de funilaria, Gonçalves Júnior aconselha fugir de oficinas que ainda utilizam água no processo de lixamento da chapa. “Essa prática vai resultar em ferrugem no futuro”, diz. Quanto às oficinas mecânicas, o cliente deve se certificar de que o estabelecimento disponha de aparelhagem moderna para detecção de falhas na eletrônica: “Veículos novos têm muitos módulos, o que requer equipamentos específicos e funcionários qualificados”, afirma.
Diploma de oficina
Uma boa referência de oficina são as que têm na parede alguma certificação, em geral pelo Cesvi, pela Oficina Brasil e pelo IQA (Instituto de qualidade automotiva). É um ponto de partida, mas não o único. Afinal, para ter o aval é preciso não só se sujeitar à auditoria, mas às vezes também pagar por isso.