As atualizações Over-the-Air (OTA) serão parte essencial dos carros daqui para a frente. Através da internet, já é possível que as fabricantes atualizem os veículos da mesma forma e com até mais profundidade do que um smartphone, por exemplo.
Novas linhas de código e instruções permitem que sistemas mecânicos sejam controlados com mais eficiência – como os sedãs esportivos elétricos Porsche Taycan vendidos no Brasil, que agora são carregados mais rapidamente graças a uma atualização no sistema de gerenciamento térmico da bateria.
Mas também já há uma forma polêmica de lucrar com isso: as microtransações. Há alguns meses, a BMW provocou revolta em consumidores do Hemisfério Norte, cobrando assinatura mensal para liberar o aquecimento dos bancos de alguns modelos. Por cerca de R$ 98 ao mês, clientes do Reino Unido podem ativar o funcionamento de um equipamento preexistente no carro. Também há taxas para liberar faróis altos automáticos, controle de cruzeiro adaptativo etc.
A Mercedes-Benz está seguindo por caminho parecido, e se prepara para cobrar pela liberação de toda a potência e torque de modelos da linha EQ – à venda no Brasil, sem sistema de microtransações. Por R$ 6.400 anuais, clientes dos Estados Unidos podem levar seus modelos da linha EQE de 292 cv para 353 cv e da EQS de 360 cv para 448 cv. O download pode encurtar o tempo de 0 a 100 km/h dos carros em até 1 s.
A Tesla é uma das pioneiras no assunto das microtransações: em 2019, a marca começou a cobrar R$ 10.640 para baixar o 0 a 100 km/h do Model 3 em 0,5 s. Atualmente, é necessário pagar R$ 1.060 mensais para manter habilitado o Full Self-Driving, piloto automático mais avançado da marca norte-americana.
No Brasil, atualmente, existe só pagamento para serviços de internet e concierge, como o Chevrolet OnStar. Não há, entretanto, motivos para duvidar de que outras assinaturas logo sejam cobradas aqui.
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