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As dicas de colecionadores para você manter seu carro sempre novo

Especialistas em carros antigos dão dicas para deixar seu automóvel sempre com jeito de ter saído da loja ontem

Por Marcio Murta Silva
Atualizado em 22 abr 2021, 14h42 - Publicado em 17 dez 2012, 12h24
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  • Cuidados com o carro

    Para quem sonha em ver seu carro durar anos com o frescor típico de um automóvel cheirando a novo, o primeiro passo no ritual de manutenção é seguir as revisões periódicas estipuladas pela montadora, respeitando os prazos de troca de peças. O manual do proprietário é uma bíblia para esse pessoal. No entanto, há uma série de regras não escritas – porém muito simples de seguir – que podem ser adotadas para deixar seu automóvel com cara de carro de exposição. E ninguém melhor que os especialistas em veículos antigos para ajudar a conservá-los direitinho. Veja a seguir alguns segredos desses amantes do tempo.

    Carroceria

    Para o colecionador Júlio Penteado, um procedimento simples para evitar que modelos antigos ou novos sofram com possíveis pontos de corrosão é levar o automóvel para trafegar por poucos quilômetros após sua lavagem. “Assim você garante que a água acumulada entre as juntas metálicas escorra e evapore”, afirma Penteado. E, durante as lavagens de seus veículos, o especialista também utiliza vez sim, vez não o sabão com cera líquida. “Nesse caso, além de auxiliar no retardo do envelhecimento da pintura, onde quer que a água entre, haverá um pouco de cera para auxiliar a proteger partes mais difíceis de secar.”

    Fernando Baptista, proprietário da Batistinha Garage, empresa especializada em restauração e customização de automóveis, também endossa a necessidade de lavar a lataria e rodar logo em segu da. “Mesmo que os automóveis atuais utilizem metal, pintura e vedações com qualidade muito superior se comparados a modelos antigos, a água da lavagem ainda assim pode ficar acumulada em diversos pontos do veículo, propiciando a formação de ferrugem”, afirma o especialista.

    Motor

    Muitos técnicos questionam a informação de que os carros atuais não precisam ter o motor aquecido antes de trafegar. “Dizem que hoje as diferenças de dilatação entre os componentes internos são menores. Mas, ainda assim, não saio de casa sem esquentar o carro”, diz Júlio Penteado. “Se o motor é projetado para funcionar em uma determinada temperatura de trabalho, eu faço de tudo para usá-lo somente nessa condição.” Melsi Maran, professor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), confirma essa prática de só exigir o rendimento máximo do motor após a temperatura de trabalho ser atingida, a fim de estender sua vida útil. Com a autoridade de quem dá curso a mecânicos e técnicos de montadoras, ele diz que antes de o motor estar aquecido, além de as peças não estarem totalmente dilatadas, o que pode gerar desgaste mais acentuado, o óleo lubrificante estará com a viscosidade muito acima da ideal, fazendo com que o motor trabalhe sob pressão alta nesse período. “Acelerações bruscas e altas cargas nessa situação podem danificá-lo com o tempo”, diz Maran.

    Direção

    Outro cuidado recomendado por especialistas em clássicos é o de colocar o veículo em movimento no momento em que estiver esterçando a direção. Um carro com direção hidráulica esconde o esforço que os terminais sofrem em manobras paradas. A redução no esforço ao manobrar com o veículo se movimentando (mesmo em baixas velocidades) ajuda a preservar a bomba, as linhas hidráulicas e as buchas do sistema, retardando assim a necessidade de manutenções no futuro.

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    Bateria

    Um método simples para poupar a bateria dos automóveis é o de ligar o motor somente com os faróis desligados, medida que exige menor carga do equipamento. Outra medida aconselhada pelos especialistas é o de sempre acionar o pedal da embreagem no momento em que o motor do automóvel for ligado. Desse modo, ele fica mais “livre” para girar, sem a carga do disco de embreagem, platô e eixo primário da transmissão. Com menos peso para movimentar, menor quantidade de ener- gia elétrica é consumida, bem como se reduz o esforço do motor de arranque.

    Freios, suspensão e pneus

    Para alguns colecionadores de automóveis antigos, um dos melhores métodos de conservar os componentes de freio, suspensão e pneus é ser suave no estilo de dirigir. “As pessoas não imaginam como os custos com manutenção são diminuídos quando um veículo é conduzido calmamente”, afirma Júlio Penteado. “Gastar 5 minutos a mais para ir a um determinado destino diariamente pode prolongar em meses a substituição de componentes como buchas, por exemplo.”

    As arrancadas suaves economizam combustível e embreagem, as frenagens progressivas poupam pastilhas e discos de freio e as curvas feitas sem muita aceleração exigem menos da suspensão. Os benefícios, porém, vão além do desgaste precoce de peças que são substituídas com frequência: a carroceria submetida a menos esforço em situações dinâmicas tende a ter os pontos de solda preservados e sua rigidez estrutural menos afetada.

    Câmbio

    Outro meio de conservar o câmbio e o diferencial de um veículo é ser suave nas acelerações e no momento das trocas de marcha. Além de sobrecarregar o sistema de transmissão, como as juntas homocinéticas, os trancos em arrancadas e as acelerações bruscas em pisos irregulares também desgastam prematuramente o sistema de amortecimento e as buchas de bandeja.

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