13 dicas para não cair em golpes nos postos de combustíveis
Para evitar ser lesado na hora de encher o tanque, o motorista deve tomar alguns cuidados antes, durante e depois de abastecer
Muito se discute sobre a falta de infraestrutura para carregamento de carros elétricos. Mas o Brasil ainda não conseguiu resolver problemas mais prosaicos da rede de postos de abastecimento de combustíveis.
Nas ruas e estradas do país, os motoristas ainda passam aperto para encher o tanque, se safando de fraudes e de combustível adulterado. Além de poder ser lesado na quantidade, o motorista corre o risco de abastecer com uma mistura que pode ter consequências desastrosas para o motor, fora a questão ambiental, pois prejudica muito o meio ambiente, aumentando as emissões do veículo.
O melhor que os motoristas podem fazer é escolher os postos de serviços com muito critério. Reunimos aqui 13 dicas que podem ajudar a identificar os estabelecimentos idôneos e evitar problemas.
1° – Conheça seu carro
Saiba quantos litros cabem no tanque (para evitar pagar por uma quantidade maior que a capacidade do reservatório). O Manual do Proprietário traz essa informação. Mas pode haver diferenças entre versões de um mesmo modelo não contempladas no livreto. Tente conferir a capacidade nos abastecimentos frequentes (se abastece sempre em determinado momento, quando o indicador mostra um quarto cheio, por exemplo, você já consegue ter uma boa referência de quantos litros cabem, projetando a capacidade de três quartos do tanque).
2° – Acompanhe os preços
Para você ser capaz de identificar ofertas tentadoras, com valores muito abaixo da média, o que é um indício de problemas.
3° – Planeje suas viagens
Sejam elas curtas do dia a dia ou viagens longas eventuais, para evitar ter que parar e abastecer em postos desconhecidos. Não pare somente quando o tanque já está na reserva, para você não perder a prerrogativa de escolher o posto onde abastecer.
4° – Escolha o posto
Ter bandeira conhecida é importante. Mas postos sem bandeira podem ser confiáveis, uma vez que a honestidade depende mais do dono do posto do que da fiscalização dos parceiros. Evite postos que tentam se passar por afiliados de alguma distribuidora sem ser.
Aqueles que imitam as cores, os nomes de redes consagradas. Se não são honestos na comunicação visual, não merecem confiança. Postos do bairro, onde os clientes podem voltar para reclamar em caso de irregularidade, podem se sentir menos seguros em cometer fraudes.
Fale com os amigos, encontre pessoas que são clientes do estabelecimento, pesquise na internet se existem reclamações do local. Fique atento à aparência do posto. Se o dono do lugar é cuidadoso com limpeza e organização, deve ser atento também ao produto que vende.
5° – Evite ofertas mirabolantes
Uma vez dentro do posto, desista se o frentista oferecer gasolina aditivada pelo mesmo preço da comum, por exemplo. Pode ser uma promoção. Mas pode ser fraude, porque a gasolina aditivada é a comum com aditivo e, por isso, deve custar mais. Desista também se o frentista pedir que você encoste em uma bomba específica, sob qualquer argumento, havendo outras livres.
6° – Desça do carro
Observe mais um pouco. Atenção às roupas dos funcionários. São uniformes, existe um padrão, estão limpos? E o atendimento é atencioso? Procure pela placa de autorização de funcionamento, como determina a ANP (com número de autorização para a atividade, razão social, nome fantasia, CNPJ, endereço, horário de funcionamento). Todos devem ter, inclusive os de bandeira branca – que são postos independentes das grandes redes, mas devem se submeter às mesmas regras.
7° – Estado geral das bombas
Localize a informação do fornecedor do combustível, que é uma exigência da ANP. Cheque a integridade dos selos e lacres, que devem estar intactos. As bombas de combustível possuem lacres de inviolabilidade em pontos estratégicos, como nas conexões das mangueiras, nos dispositivos de medição e nos bocais de abastecimento.
Esses lacres são colocados para evitar a manipulação indevida das bombas e garantir que as medições estejam precisas. O Inmetro é o responsável pela verificação das bombas de combustível.
Após serem aprovadas em testes de conformidade, as bombas recebem um selo de verificação indicando que estão em conformidade com as normas estabelecidas. Além do selo de integridade do Inmetro, que é colocado após a verificação inicial e indica que a bomba não foi violada ou adulterada, desde a última análise.
8° – Veja se preço anunciado na tabela do posto é o mesmo da bomba
Confira se o bico retirado da bomba corresponde ao combustível que você pediu. Cheque se o valor a pagar foi zerado. Se todo o conteúdo foi colocado no tanque (para isso você deve sair do carro na hora de abastecer). Encha somente até a bomba desligar no automático. Fale para o frentista deixar a bomba operar automaticamente: “No primeiro clique”.
9° – Desconfiou?
Você pode pedir para testar o combustível. Consumidor tem direito. Os testes são os seguintes: teste de proveta, que mostra a porcentagem de etanol; teste de vazão, que consiste em encher um galão de 20 litros (reservatório aferido e lacrado pelo Inmetro, que o posto é obrigado a ter); e teste de densímetro (algumas bombas possuem esse equipamento acoplado, mas o posto precisa ter um tubo de ensaio e o instrumento). No caso de gasolina, a especificação é de 715 kg/m3 a 20 oC.
10° – Acha que caiu em golpe?
Se você desconfia que entrou em uma fria, peça que interrompa o abastecimento. Se puder seguir viagem até encontrar outro posto, faça isso. Se não puder, abasteça uma quantidade mínima, suficiente para chegar a outro posto de combustíveis mais confiável.
11° – Exija Nota Fiscal
Se o posto se recusar a dar, você pode pedir que retire o combustível do tanque.
12° – Preste atenção no seu carro
Após abastecer, veja se acende alguma luz no painel. No caso, a luz do sistema de injeção. Perceba se há variação na marcha lenta. Se o desempenho piorou. Fique atento a cheiros, fumaça saindo pelo escapamento, batida de pino (ruído característico do motor que indica pré-ignição) e aumento do consumo.
13° – Deu ruim?
Denuncie para órgãos fiscalizadores de postos e de defesa do consumidor (ANP, Inmetro, Ipem, Instituto Combustível Legal, Procon, Reclame Aqui) e poste nas mídias sociais, para ajudar a coibir as ações criminosas.